PF apreendeu iPhone de ouro e avião em operação contra donos do Audaz

A Operação Sanctus, deflagrada nesta sexta-feira (8) pela Polícia Federal contra organização criminosa voltada ao narcotráfico, apreendeu até um iPhone de outo 24 quilates com assinatura da Rolex, a famosa marca de relógios suíça.

Segundo apurado pela reportagem, a quadrilha seria chefiada pelos irmãos Ronaldo e Aparecido Mendes Nunes, donos do Audaz Restaurante, localizado na Vila Progresso em Dourados.

Balanço divulgado no final do dia pela PF revela que os três mandados de prisão temporária foram cumpridos – um em Dourados e dois em Maricá (RJ). A reportagem apurou que entre os presos estão Aparecido Mendes e a advogada Cristiane Maran Milgarefe da Costa. O outro preso não foi revelado.

Também foram apreendidos 60 mil reais e 10 mil dólares em espécie, uma pistola, duas carabinas, três fuzis e uma espingarda calibre 12, munições, joias, outros celulares, quatro veículos (dois de luxo) e o avião de Aparecido, um Embraer EMB 720, que estava no hangar do aeroporto particular Aplic, em Dourados. O iPhone com case em ouro 24 quilates Rolex Special Edition custa em torno de R$ 50 mil.

Entre os locais onde foram cumpridos mandados estão a casa em que Ronaldo mora no residencial Ecoville 2 e a fazenda Beira Rio, de propriedade de Aparecido, em Feliz Natal (MT). Ronaldo não foi preso. Especula-se que esteja fora do país.

Investigações da PF e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) descobriram que o grupo traz grandes carregamentos de cocaína do Paraguai e manda para o Rio de Janeiro em cargas lícitas e dentro de pneus de caminhão.

Outra operação contra a mesma organização, também desencadeada hoje, foi a Akã II (cabeça, em guarani), que prendeu o advogado douradense Rubens Dariu Saldivar Cabral, 43. Desdobramento da primeira fase, desencadeada em setembro deste ano, a segunda fase cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e o mandado de prisão preventiva contra Rubens Saldivar. Segundo a PF, ele é suspeito de tentar obstruir os trabalhos investigativos.

Já a Sanctus cumpriu 21 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, expedidos pela 3ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande e cumpridos em Maricá, Araruama (RJ), Dourados, Ponta Porã, Guia Lopes da Laguna, Cambé (PR), Feliz Natal (MT) e Paranatinga (MT).

Essa operação é resultado de investigação iniciada em outubro deste ano para desarticular tráfico internacional e lavagem de dinheiro. O ponto de partida da investigação foi a Operação Akã, iniciada no dia 19 de setembro e que prendeu um dos sócios dos irmãos Mendes, o ex-caminhoneiro Izael de Souza Junior, 35, o “Cabeça”.

Segundo as investigações, a organização sediada em Dourados é liderada pelos irmãos Mendes, que possuem histórico de ligação em apreensões de droga e com lideranças de facções criminosas. Para “branquear” o dinheiro das drogas, a organização usava rede de pessoas e empresas, para os quais remetia e recebia grandes quantias em espécie por meio de depósitos em terminais de autoatendimento.