Não há mandados em Mato Grosso do Sul; ação mira envolvidos com carga de quase meia tonelada de cocaína apreendida em helicóptero
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (15) a Operação Heliport, contra esquema de tráfico de cocaína trazida de helicóptero do Paraguai para o Brasil.
A quadrilha alvo dos mandados é espécie de ramificação da organização criminosa comandada pelo narcotraficante sul-mato-grossense Antônio Joaquim Mendes Gonçalves da Mota, o “Motinha”, foragido há mais de dois anos.
Embora seja a segunda fase da Operação Helix, deflagrada em maio do ano passado contra “Motinha” e seus comparsas, a ação de hoje não possui mandados em Mato Grosso do Sul.
Conduzida pela Delegacia da PF em Londrina (PR), a Heliport representa aprofundamento das investigações contra outros integrantes da organização e para identificação dos envolvidos no transporte de 453 quilos de cocaína em um helicóptero, apreendido em 18 de março de 2023 em Buri, interior de São Paulo.
A aeronave teria carregado a cocaína em uma das fazendas do Clã Mota em Pedro Juan Caballero, na linha internacional com Ponta Porã. “Motinha” e o pai, Antônio Joaquim da Mota, “Tonho”, chefe do clã, estão foragidos.
Tonho chegou a ser preso em fevereiro deste ano por determinação do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), mas ganhou liberdade em agosto, por decisão do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Reynaldo Soares da Fonseca. Dias depois, o ministro anulou a decisão, mas Tonho não foi mais encontrado e está oficialmente foragido.
De acordo com a Polícia Federal, durante as investigações da Operação Helix,foram apreendidas quase 2,7 toneladas de cocaína, além de quase uma dezena de helicópteros utilizados para o transporte da droga trazida do Paraguai.
Nesta segunda fase, a Polícia Federal foi às ruas para cumprir nove mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva no Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal. Também foi determinado sequestro de bens e valores dos investigados até o limite de R$ 100 milhões, além do bloqueio de contas bancárias das pessoas e empresas envolvidas.
O nome da operação faz alusão ao modus operandi da organização criminosa que se utilizava de helicópteros para introduzir cocaína em território nacional. Os investigados responderão por tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.