A história que levou a morte cruel da mulher, envolve disputa interna pelo controle dos negócios da família, brigas entre ela e o marido e até rituais religiosos
Assassino confesso, José Olímpio, 32, disse à polícia que estava sob influência de espíritos quando atirou na cabeça da detetive particular e empresária Zuleide Lourdes Teles da Rocha, 57, ocorrida sábado (19) em Dourados.
O desfecho do assassinato que chocou o município tem ligação com ritual religioso e que segundo o assassino, Sueli da Silva, 56, era orientadora espiritual de Givaldo Ferreira da Silva, marido da vítima, e de Willian Ferreira dos Santos, 25 anos, filho do homem que planejou a execução.
Durante as “consultas”, segundo o criminoso, a mãe de santo dizia para o detetive que ele tinha de “dar um jeito” em Zuleide e teria de matá-la.
Os três estão presos em Dourados e Willian no Mato Grosso.
A história e todo seu planejamento
A história que liga as pessoas envolvidas no crime, começou depois que José Olímpio afirmou ter conhecido Willian em Pontes e Lacerda (MT), onde chegaram a dividir casa. Já em 2021, passando por dificuldades, ele procurou o amigo, que estava em Dourados, e foi convidado a se mudar para Dourados.
Givaldo no entanto, prometeu a José, casa e emprego, já que ele era bastante influente na cidade. Uma semana depois de chegar à cidade José Olímpio já estava empregado em escritório de contabilidade localizado na Avenida Hayel Bon Faker. Influenciado também pelo detetive, José Olímpio foi morar na casa de Sueli, no residencial Dioclécio Artuzi, mesma região onde Zuleide foi morta. No local também moram o marido da mãe de santo e o filho do casal, de 14 anos.
O crime, segundo as investigações estaria sendo planejado por cerca de oito meses, já dia 10 deste mês, supostamente “incorporada com o guia”, Sueli teria dito a José Olímpio para ele matar Zuleide, pois seria “protegido pelo guia”. Ele afirmou ter se negado inicialmente, mas acabou cedendo.
José relatou à polícia que foi Sueli e Willian que armaram a emboscada para a empresária. Usando o chip de celular habilitado por Givaldo em nome de uma antiga cliente já morta, a mãe de santo ligou para Zuleide e marcou encontro com a desculpa de que estava interessada em contratar seus serviços de detetive.
O pistoleiro contou que Zuleide, possuía desavenças com o filho do marido, Willian e que ela já teria inclusive mandado o enteado embora de casa. Ele também estava morando na casa da mãe de santo.
Na tarde de sábado, quando a mulher chegou ao local do suposto encontro, Willian e José Olímpio já a esperavam. Sob a mira do revólver comprado por Givaldo, no Paraguai e entregue pela mãe de santo, a dupla arrancou a empresária da picape Montana.
Willian ficou no carro com o sobrinho-neto de Zuleide, garoto de 7 anos que a acompanhava. José Olímpio levou a vítima até uma mata nos fundos do residencial Vival dos Ipês e a matou com tiro na cabeça.
José Olímpio afirmou não ter recebido nenhum pagamento para executar a mulher, mas confessou que Givaldo e Willian prometeram que ele iria ajuda-los a tocar a empresa de monitoramento, registrada em nome de Zuleide.