O policial militar da reserva Resoaldo Gomes dos Santos, de 44 anos, foi preso por colegas de farda acusado de porte ilegal de um fuzil calibre 5,56. A prisão ocorreu na tarde de sábado (1º) em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai.
Conforme o boletim de ocorrência, equipes da Polícia Militar seguiam pela Rua Urumbela quando, nas proximidades de um posto de combustíveis, avistaram dois veículos parados no meio da via: um Golf cinza, conduzido pelo PM aposentado, e uma Toyota Hilux branca. Dentro do Golf, os policiais notaram um objeto semelhante a um fuzil.
Ao se aproximarem, Resoaldo afirmou: “Sou papa mike, tá tranquilo”, expressão usada entre militares para indicar que pertence à corporação. Mesmo assim, os policiais chamaram reforço por conta do armamento de grosso calibre.
Enquanto aguardavam apoio, o homem apresentou a carteira funcional e tentou encerrar a abordagem, dizendo que “todo mundo o conhecia”. Questionado sobre a arma, ficou em silêncio e, logo em seguida, ligou o carro e arrancou, arrastando um dos policiais que tentava impedi-lo. Outro agente atirou no pneu dianteiro do veículo, mas o suspeito conseguiu fugir até a própria casa.
Ao chegar à residência, o policial tentou fechar o portão eletrônico, mas foi impedido pelos militares. Ele desceu do carro com o fuzil nas mãos e chegou a apontar em direção aos agentes, que se abrigaram. Com a chegada de várias viaturas, o imóvel foi cercado. O PM da reserva pediu a presença de um oficial e, em seguida, se rendeu sem o uso de algemas.
Durante as buscas, os policiais apreenderam um fuzil Colt M4 calibre 5,56, dois carregadores, um deles com dez munições, e uma pistola Taurus PT 840. O fuzil foi encontrado no quintal do vizinho, que acionou a equipe ao perceber a arma jogada.
Antes de ser levado ao 4º Batalhão da PM, Resoaldo reagiu com ironia e afirmou: “Vocês vão responder. Não tem como colocar só esses novinhos pra trabalhar”, além de pedir os nomes dos policiais que participaram da ação.
Segundo o registro policial, ele deverá responder por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito, tentativa de homicídio, ameaça, coação e direção perigosa. O militar foi assistido por um advogado e o carro foi submetido à perícia da Polícia Civil.