Rafael de Souza Nascimento confessou o crime hoje, mas apresentou versão diferente da contada pela mulher dele
A Polícia Civil através do SIG (Setor de Investigações Gerais) da 1ª DP de Dourados, apresentou no final da tarde desta quarta-feira (14) o revólver calibre 38 usado no assassinato de Cleomar Antônio Corrêa, 39, o “Tchê”, na madrugada de segunda-feira no Jardim Santa Brígida.
A arma marca Rossi e capacidade para 5 tiros foi encontrada em uma mata. Quando foram presos, ainda na segunda-feira, Joel Coelho da Cruz Silva, 25, conhecido como "Bafo", e Rafael de Souza Nascimento, 26, o "Foquinha", disseram que o revólver tinha sido jogado no Rio Dourados, versão que não convenceu a polícia.
Hoje, Rafael, que no dia da prisão em flagrante havia ficado em silêncio, decidiu falar sobre o caso e confessou o crime.
Em novo depoimento, acompanhado do advogado Heitor Salgado Barbosa, ele disse que estava em uma conveniência na Vila Rosa acompanhado de sua esposa, quando por volta de 22h de domingo, Joel chegou ao local, o cumprimentou e se reuniu com alguns amigos que estavam no mesmo estabelecimento.
Por volta de 23h30, Joel, o “Bafo”, teria se envolvido em discussão com Cleomar. Rafael disse que saiu de perto, pois sabia que Cleomar era “meio complicado” e “perigoso”. Ele alegou que chamou o amigo para ir embora e que tentou apaziguar a situação tentando conversar com Cleomar. Entretanto, “Tchê” não quis conversa e teria dito que Joel estava “mexendo com bandido”.
Quando chegou em casa, Rafael disse que se deparou com um Gol em frente à sua casa. Cleomar estaria dentro do veículo e o teria ameaçado de morte na frente de sua esposa. O assassino confessou alegou que Cleomar teria mostrado uma arma na cintura.
Dizendo ter ficado assustado, Rafael foi até a casa de Joel, pegaram o revólver e algumas munições e foram até a conveniência no Santa Brígida, onde Cleomar estava.
Ao ver Rafael e Joel, Cleomar teria corrido em direção ao Gol e temendo que ele fosse pegar a arma no carro começou a atirar na direção dele. Depois, os dois fugiram até a ponte do Rio Dourados, na região de Laguna Carapã, onde ficaram escondidos até o outro dia. Joel mantém silêncio sobre o caso e diz que só vai falar em juízo.
A versão apresentada por Rafael contradiz o depoimento da sua própria mulher. Ouvida como testemunha, ela confirma a discussão na primeira conveniência, disse que ela e o marido voltaram para casa, mas não falou nada sobre o Gol parado em frente à residência. Segundo a mulher, quando chegaram em casa, Rafael, sem dizer nada, pegou a Honda Biz e saiu sem dizer para onde iria. Só depois ela afirma ter ficado sabendo do crime.