Polícia Federal faz buscas em investigação sobre morte de indígena em área de confronto

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (26) a Operação Teko Porã, no âmbito das investigações que apuram o assassinato do indígena Vincente Fernandes Vilhava, de 36 anos, ocorrido no dia 16 deste mês nas proximidades da aldeia Pyelito Kue, no município de Iguatemi.

De acordo com a PF, a ação teve por objetivo esclarecer a dinâmica dos fatos e identificar todos os possíveis responsáveis pela violência registrada naquela madrugada, ocasião em que o grupo indígena relatou ter sido atacado por pessoas ainda não identificadas.

“Desde o início, a investigação permanece sob prioridade institucional, diante da gravidade do ocorrido e do impacto social gerado na comunidade”, afirmou a Polícia Federal, e nota.

No cumprimento das ordens judiciais expedidas pela Justiça Federal, foi executado hoje um mandado de busca e apreensão em endereço relacionado aos investigados. Durante a diligência, foram apreendidos seis dispositivos eletrônicos, que serão encaminhados para perícia técnico-científica.

Paralelamente, uma equipe especializada da Polícia Federal realizou nova perícia em local de crime na região onde o corpo foi encontrado, empregando recursos tecnológicos para examinar vestígios e coletar elementos complementares que possam comprovar a trajetória dos atiradores, posicionamento das vítimas e circunstâncias do confronto.

Além do indígena, morreu no local o vigilante Lucas Fernando da Silva, 23 anos. Naturald e Cascavel (PR), ele trabalhava há uma semana no local, a serviço de empresa de segurança privada.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul afirmou que Lucas Fernando da Silva morreu por ruptura hepática e choque hemorrágico, que podem ocorrer por trauma abdominal, como acidentes de carro ou quedas.

Ainda conforme a Sejusp, a bala que matou Vicente Fernandes Vilhalva saiu da arma que era portada por outro indígena, Valdecir Alonso Brites. O homem foi preso em flagrante e encaminhado para a Polícia. A comunidade indígena nega que ele seja indígena e diz que Valdecir estava com o grupo de jagunços que atacou o acampamento.