Caso ocorreu em Aquidauana na madrugada de ontem; agentes de Aral Moreira e Ponta Porã estavam em viatura caracterizada
Dois policiais civis de Mato Grosso do Sul estão sendo acusados de usar viatura caracterizada para frequentar dois bares, onde teriam consumido bebida alcoólica, e de dispararem um tiro para o alto após deixarem um dos estabelecimentos.
Segundo boletim de ocorrência da Polícia Militar ao qual o Dourados Informa teve acesso, o caso ocorreu na madrugada de ontem (17) em Aquidauana.
Os dois policiais acusados são os investigadores de polícia judiciária Alison da Silva Araújo, 37, lotado na delegacia de Aral Moreira, e Adalberto Rodrigues de Oliveira, 45, lotado na DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Ponta Porã.
Policiais locais informaram que não tinham sido comunicados da presença de agentes de outra região na cidade e ainda não se sabe qual motivo da presença de Alison e Adalberto em Aquidauana com viatura caracterizada.
A Polícia Militar foi acionada pelo proprietário de um dos bares onde os policiais estiveram. Ele contou que após pagar a conta, os dois homens entraram na viatura com características similares às da Polícia Civil, que estava mal estacionada na calçada do “Shopping Barraqueche”.
Ao passarem em frente ao estabelecimento em baixa velocidade, os dois policiais teriam efetuado um disparo, o que motivou o comerciante a chamar a Polícia Militar. A cena foi gravada por câmeras de monitoramento.
A equipe da PM coletou dados e as filmagens e iniciou buscas após confirmar o ocorrido pelas gravações. O fato se mostrou atípico, uma vez que os suspeitos, trajando roupas comuns, eram desconhecidos, utilizavam viatura e efetuaram disparo em via pública.
Os policiais se dirigiram até a Delegacia de Polícia da cidade para confirmar a identidade dos agentes, mas não conseguiu contato via telefone, nem por interfone e nem mesmo através de batidas na tentativa de obter atendimento.
Durante rondas, os PMs localizaram a viatura (placa RWA-2150) no “Boteco do Lalau”, onde estavam os dois indivíduos. Abordados, eles se identificaram como policiais civis.
Os agentes foram questionados sobre o incidente, mas optaram por não confirmar nem negar os fatos, limitando-se a fornecer informações sobre o motivo de sua presença no local (não relatado no B.O da PM) e suas origens funcionais (Ponta Porã e Aral Moreira).
Na manhã de ontem, o Boletim de Ocorrência da PM foi recebido pelo investigador de Polícia Judiciária plantonista, o qual afirmou categoricamente que não recebeu nenhuma ligação no telefone celular funcional do Plantão da 1ª Delegacia de Polícia de Aquidauana, assim como, relatou que não foi acionado de nenhuma maneira.
Adalberto Rodrigues de Oliveira e Alison da Silva Araújo não foram encaminhados para a 1ª Delegacia de Polícia de Aquidauana. Até o registro do Boletim de Ocorrência, eles também não tinham se apresentado na delegacia para prestar informações sobre os fatos. Tampouco acionaram delegado de polícia plantonista.
No início da tarde desta quinta, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul informou que já iniciou procedimento administrativo próprio para apurar a conduta dos policiais.
*Matéria alterada às 17h04 para acréscimo de informações.
