Confusão ocorreu na madrugada deste domingo no Jardim Canaã III
O repositor Thiago Paiva Pereira, 26, e o açougueiro Gilmar Pereira da Silva, 32, foram presos na madrugada deste domingo (26) após se envolverem numa briga com policiais militares. O caso ocorreu no Jardim Canaã III, em Dourados, quando a Polícia Militar atendia chamado de perturbação do sossego por causa de som alto.
Reunido numa casa na Rua Doutor Mandacaru de Araújo, o grupo se negou a desligar o som, xingou os policiais e partiu para a agressão usando mesas e cadeiras. Thiago e Gilmar foram autuados em flagrante na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) por lesão corporal dolosa, resistência, desobediência, desacato e perturbação do sossego alheio. Três mulheres, de 20, 21 e 30 anos também foram conduzidas à delegacia, mas não ficaram presas.
Conforme o boletim de ocorrência, quando os policiais chegaram ao endereço, os proprietários da residência, em visível estado de embriaguez, se negaram a desligar o som proveniente de um Corsa, que possuía vários fios ligados a outras caixas de som. O volume era audível a mais de 100 metros de distância.
Diante da recusa, foi solicitado a todos que apresentassem seus documentos para comprovação de idade, a fim de evitar a condução de menores. Duas mulheres se dirigiram até suas casas para buscar os documentos de identificação e foram informadas pelos PMs não precisariam retornar. Entretanto, ambas voltaram ao local e passaram a fazer coro com os demais, afirmando que não iriam permitir o desligamento do som.
Homem identificado como Gilberto, de 51 anos, se aproximou dos policiais e disse: “Sou primo do Sargento da Silva, da Tática. Larga mão, vai embora, que os meninos aqui são gente boa. São teimosos também, mas são gente boa".
Durante a conversa, ele repetiu diversas vezes ser primo do sargento. Em seguida, mulher identificada como Vanessa começou a gritar, afirmando que conhecia o sargento que estava na equipe e que ele "sempre falava mal dela". Ela teria dito: “Ele vai ver quem eu sou! Vai tomar no c., seus filhos da p., vou processar! Isso não vai ficar assim não! Eu estou na minha casa, na minha casa!”, repetindo a frase várias vezes.
Percebendo que o grupo estava cada vez mais exaltado, os policiais pediram reforço da Força Tática. Segundo o BO, todos gritavam: “Pode chamar quem quiser! Nós não temos medo! Estamos em casa! Quero ver se vão mesmo!”.
Com a chegada da Força Tática, foi dada ordem para que todos se colocassem de frente para a parede para revista pessoal. Nesse momento, Gilmar Pereira da Silva se negou a obedecer a ordem legal, e de posse de uma cadeira de madeira, partiu para cima da equipe, desferindo um golpe e atingindo o subtenente na mão esquerda, enquanto os demais pegaram cadeiras plásticas e uma mesa de madeira e investiram contra os policiais militares.
Homem identificado como Maycon pegou uma mesa de madeira pequena e veio em direção à equipe. Quando a mesa quebrou, Thiago apanhou uma das pernas da mesa e tentou agredir os policiais. Diante da agressividade do grupo, houve necessidade do uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, como spray de pimenta, tonfa (bastão de defesa pessoal) e técnicas de imobilização tática, para conter os autores e efetuar as prisões.
Segundo a ocorrência, durante a resistência, os indivíduos agiram em conjunto, partindo para luta corporal, momento em que Gilmar e Maycon demonstraram possuir conhecimento de artes marciais. Todos desferiram chutes e socos.
Em determinado instante, Thiago agrediu o sargento pelas costas, com socos na nuca, na tentativa de impedir a prisão de Gilmar. Durante a condução até a viatura, Gilmar resistiu a entrar no compartimento de presos e proferiu ameaças de morte ao sargento, dizendo: “Eu te conheço! Você vai morrer, seu filho da p.! Desgraçado! Você vai morrer!”. Já dentro do compartimento, apontou o dedo em direção ao sargento e afirmou: “Eu vou te pegar! Não pensa que isso vai ficar assim não!”. A aparelhagem de som foi encaminhada, juntamente com o Corsa branco à Delegacia de Polícia, visto que parte do equipamento estava fixada no porta-malas, impossibilitando a retirada.
Foram apreendidas também três caixas de som acopladas ao veículo, três garrafas de vodca (uma cheia e duas vazias), e diversas latas de cerveja vazias, partes da mesa utilizada pelos autores, uma cadeira de plástico amarela quebrada e fragmentos de uma cadeira de madeira, igualmente danificada.
Gilmar foi conduzido pela equipe da Força Tática ao Hospital da Vida para avaliação médica, em razão de lesão na região da cabeça. O subtenente, integrante da Força Tática, também recebeu atendimento médico devido a uma lesão na mão esquerda, onde apresentava hematoma em dedos indicador e polegar; posteriormente constada fratura em dedo indicador. Foram aprendidos dois celulares que aparentemente foram usados para filmar a ação policial militar.
Durante a ocorrência, Vanessa compareceu à frente da sala da PM para perguntar sobre o paradeiro de seu esposo. Informou que havia procurado por ele no Hospital da Vida e não o encontrara. Foi esclarecido que ele estava no hospital, contudo, ela não acreditou e passou a ofender verbalmente o sargento, dizendo: "Pau no c., seu bosta, seu merda!".