O preso Jeferson Henrique Oliveira Lucas, 28, confessou ter ateado fogo no companheiro de cela, Leandro Trindade dos Santos, 35, na noite de segunda-feira (15), na Penitenciária Estadual de Dourados, depois que a vítima “xingou” a mãe do companheiro de cela.
Ele usou diluente de tinta conhecido como “thinner” para queimar o desafeto. Leandro teve 90% do corpo queimado e permanece entubado, em estado gravíssimo, no setor de queimados da Santa Casa, na Capital.
Em depoimento a Polícia Civil, Jeferson Lucas disse que eles estavam cheirando thinner. “A gente estava cheirando thinner, ele ficou loucão, xingou minha mãe de puta, veio pra cima de mim tentado jogar thinner em mim. Eu peguei a garrafa da mão dele, joguei nele e coloquei fogo com isqueiro, fui mais rápido. Perdi a cabeça e fui cobrar a bronca”.
Jeferson e Leandro dividiam a cela 13 da galeria linear com outros 18 presos. O autor do crime contou que o thinner exalado por ele e por Leandro estava sendo usado para fazer pintura na cela. Durante o uso do produto, que possui poder alucinógeno, os dois começaram a discutir e Jeferson queimou colega de prisão.
O preso disse à polícia que ajudou os colegas a tentar apagar o fogo no corpo de Leandro usando lençol e coberta molhada, mas só conseguiram conter as chamas quando colocaram a vítima embaixo do chuveiro. Depois, começaram a chutar a grade para atrair a atenção dos policiais penais de plantão.
Leandro Trindade dos Santos foi levado pelos agentes para o setor de saúde da PED. Como o caso era de extrema gravidade, o Samu (Serviço Móvel de Urgência) foi chamado e levou o preso para o Hospital da Vida, em Dourados. De madrugada, Leandro foi transferido para a Santa Casa.
Os 19 presos que estavam na cela com Leandro foram transferidos para o RDI (Regime Disciplinar Individual). Nenhum dos outros detentos apontou Jeferson como autor. Foi ele próprio que confessou o crime. “Ele é meu camarada, mas ele ‘mosca’, fica desacreditando de todo mundo, zoando todos na cela”, disse Jeferson Lucas, afirmando estar arrependido.
Jeferson é de Coxim, onde responde a cinco processos por roubo, furto qualificado e receptação. Ontem à tarde, ele foi levado à Delegacia de Polícia para ser ouvido e autuado em flagrante. Depois, foi levado de volta para o presídio.