Episódio ocorreu no raio 3, onde ficam os presos de oposição ao PCC
Mais um escândalo atinge o maior presídio de Mato Grosso do Sul. Um preso foi ferido com tiro por colega de cela dentro do raio 3 da Penitenciária Estadual de Dourados. Nesse raio ficam os presos da chamada oposição ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
O episódio ocorreu sábado (28), mas só se tornou público hoje após pente-fino feito nas celas do raio 3 com apoio de agentes do Cope (Comando de Operações Penitenciárias).
Durante a vistoria, pelo menos duas pistolas calibres 40 e 9 milímetros, uma granada de uso militar e 100 munições foram encontradas no pavilhão da oposição ao PCC.
Servidores do sistema penitenciário denunciam que presos do raio 3 são “protegidos” pela direção da PED e temem que as “vistas grossas” da chefia possam levar a uma guerra interna no presídio.
“As armas estão chegando aos presos de oposição ao PCC. Depois de tantos escândalos envolvendo a direção da PED, presos estão portando armas de fogo dentro da unidade. Isso é absurdo, vergonhoso, mais um escândalo”, afirmou servidor ouvido pela reportagem.
Em nota encaminhada ao site Campo Grande News, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) confirmou a vistoria feita pelo Comando de Operações Penitenciárias, mas se omitiu sobre as armas.
“As operações de pente-fino ocorrem de forma sistematizada, conforme o cronograma de ações propostas, e contam com apoio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, com suas forças policiais e Serviço de Inteligência, que desenvolvem procedimentos necessários que prezem pela segurança da população”, afirma a nota.
A Agepen alegou que a vistoria aconteceu após interno “apresentar lesão em um dos pés”, mas não confirma o ferimento por tiro. “O médico responsável elaborará um laudo sobre o atendimento oferecido ao interno, o qual indicará o tipo de objeto que provocou a lesão, como de praxe”, diz a agência.