Condenado por crimes no Paraná, Lucas escapou ontem da PED e até agora não foi recapturado
A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) pediu reforço na segurança para a transferência emergencial de Luccas Abagge, condenado a 121 anos de prisão, fugiu na madrugada de ontem (3) do maior presídio de Mato Grosso do Sul, a Penitenciária Estadual de Dourados.
O foragido é filho de Beatriz Abagge, conhecida pelo “Caso Evandro”: a morte do menino de 6 anos em Guaratuba (Paraná), no ano de 1992. Ao ser preso, Luccas apresentou CNH (Carteira Nacional de Habilitação) em nome de Evandro Oliveira Ribeiro. Ele estava com a esposa, que disse desconhecer que o marido era foragido e que acreditava que seu nome fosse mesmo Evandro.
Informações apuradas pelo Campo Grande News, são de que comunicação interna com data de sexta-feira (2), solicitava escolta reforçada para o Grupo Tático de Escoltas, para que Luccas fosse transferido em caráter emergencial para a Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado Gameleira I.
A justificativa para a transferência, segundo o comunicado, seria para a “manutenção da ordem e da disciplina prisional”. Luccas estava na PED desde junho deste ano, para onde foi dias depois de ser preso, em Ponta Porã, usando CNH (Carteira Nacional de Habilitação) com nome de Evandro de Oliveira Ribeiro.
Na manhã de ontem, a Agepen que vai investigar o caso através da Corregedoria e que já acionou as demais forças de segurança e informou ao Ministério Público.
Por volta de 4h da madrugada, após serrar a grade da cela e cortar dois alambrados, Luccas escalou a muralha do presídio usando uma “teresa” – corda artesanal feita com pedaços de pano. Numa das pontas havia uma barra de ferro pontiaguda, que foi cravada no chão para prender a corda.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a fuga ocorreu entre as torres de vigilância 1 e 2. A torre 1 está desativada, mas havia equipe de policiais penais na torre 2. De manhã, quando deixou o turno, um dos policiais percebeu a corda pendurada no muro.
O sistema de monitoramento também estava funcionando, mas não foi suficiente para evitar mais uma fuga no presídio, o mais superlotado de MS com pelo menos 2.700 presos.
Aos 32 anos de idade e com histórico de fugas, Luccas carrega o sobrenome ligado à morte do menino Evandro Caetano, 6, que abalou o Brasil nos anos 90. A mãe de do homem foi acusada de matar a criança em Guaratuba, supostamente em sessão de magia negra.
Luccas foi denunciado por falsificação de CNH e uso de documento falso e se tornou réu por crimes também em Mato Grosso do Sul. Com prisão preventiva decretada, foi mandado para a Unidade Penal de Ponta Porã e depois transferido para a Penitenciária de Dourados.
Com histórico de fugas e considerado altamente perigoso, o bandido foi alojado na cela 29 do Raio 2, onde ficam presos do PCC (Primeiro Comando da Capital). A reportagem apurou que pode acontecer de presos, mesmo não sendo faccionados, ficarem em pavilhões da facção quando conhecem algum integrante ou são oriundos de regiões dominadas pela organização.
Do Campo Grande News