Ederson Salinas Benítez, de 33 anos, foi morto no estacionamento de um supermercado na Avenida España, no Bairro Las Mercedes, em Assunção, no Paraguai, neste sábado (25). Ele era apontado como sucessor do traficante “Minotauro”, na região da fronteira.
Ele foi condenado pela Justiça de Ponta Porã, já foi preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Também tinha ligações com moradores da fronteira com Mato Grosso do Sul.
Imagens de câmera de segurança mostram dois atiradores, que fogem após o crime. Há cerca de um ano, sofreu atentado em Pedro Juan Caballero, cidade dividida por uma rua de Ponta Porã, quando foram disparados 226 tiros de fuzil e pistola. Por lá, a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) trava uma guerra interna por poder.
Ele chegou a ser vinculado à morte do jornalista brasileiro Leo Veras, mas as investigações não avançaram. Em agosto do ano passado, a Justiça de Ponta Porã condenou Ederson a prestar serviço comunitário e pagamento de valor a ser fixado na execução penal.
A condenação é relativa à prisão em 19 de janeiro de 2020, quando policiais do Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestro) flagraram Salinas, armado com pistola calibre 380, discutindo com Fábio Lopez Vilhalva, armado com pistola calibre 9 mm. Além deles, também foi preso o cunhado de Ederson Salinas, Rodrigo Antunes Flores, que dirigia a Toyota SW4, que é de Pedro Juan Caballero.
Na sequência, a Justiça decretou fiança de R$ 80 mil, valor pago por Salinas. No entanto, o juiz voltou atrás na decisão ao ser informado pela promotoria de que ele tinha apresentado identidade falsa às autoridades. Na sequência, em março de 2020, o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) concedeu liberdade, mediante pagamento de R$ 80 mil. A denúncia de falsidade ideológica foi remetida à Justiça Federal.
Também conhecido como Salinas Riguaçu, Ederson foi apontado como sucessor do narcotraficante Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, o Minotauro, liderança da facção criminosa PCC. Minotauro foi preso em Santa Catarina.
O juiz da 2ª Vara Criminal, Marcelo Guimarães Marques, condenou Salinas por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido (dois anos) e falsidade ideológica (um ano). A punição total foi de três anos em regime aberto, sendo a pena mínima convertida nas duas restritivas de direito.
Ele ainda foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por uso de documento falso, mas foi absolvido porque o fato não constituiu infração penal. O magistrado decretou a perda de armas e munições. Já 42 cédulas de cem dólares deverão se restituídas (US$ 4,2 mil).
Sobre a arma, a defesa de Ederson sustentou que ele agiu em erro de tipo, pois possui porte no Paraguai e não havia percebido que o condutor havia entrado em território brasileiro, e que só sacou sua arma de fogo para se defender.
Quanto à falsidade ideológica, sustentou que o documento de identificação utilizado por ele não é falso e foi emitido por órgãos oficiais brasileiros. Pontuou que o réu não chegou a usar ou apresentar o documento tido pela acusação como falso.