Quatro ex-vereadores e quatro ex-assessores foram condenados ontem pelo juiz da 1ª Vara Criminal
o então prefeito Ari Artuzi contando dinheiro em imagem captada pela Operação Uragano (Imagem: Reprodução)
Mais oito réus foram condenados no âmbito da Operação Uragano, maior escândalo político da história de Dourados, deflagrada em setembro de 2010. A sentença foi assinada ontem pelo juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal. As penas por corrupção passiva, corrupção ativa e associação criminosa somam 89,4 anos de reclusão.
Foram condenados os ex-vereadores Marcelo Luiz Lima Barros, Gino José Ferreira, Paulo Henrique Amos Ferreira (o “Bambu”), e Aurélio Luciano Pimentel Bonatto e os ex-servidores públicos Sidnei Donizeti Lemes Heredias, Valmir da Silva, Edmar Reiz Belo e Fabio Andrade Leite.
Sessenta envolvidos foram denunciados pelo Ministério Público em setembro de 2010 e 23 já foram condenados em três sentenças diferentes.
O esquema tinha como peça-chave o então prefeito Ari Artuzi (morto de câncer em 2013) e foi desvendado pela Polícia Federal com colaboração do jornalista Eleandro Passaia, então secretário de Governo da prefeitura. Ele atuou como infiltrado da PF.
Marcelo Barros foi condenado a 6 anos e 8 meses por corrupção passiva e associação criminosa. Gino José Ferreira, acusado de corrução passiva, corrupção ativa e associação criminosa, pegou 13 anos e 4 meses de reclusão.
Acusado de ser o interlocutor responsável em negociar propina com o Hospital Evangélico, Sidnei Donizeti Lemes Heredias, ex-assessor da prefeitura, foi condenado a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e associação criminosa.
Valmir da Silva, Edmar Reiz Belo, o “Mazinho”, e Fábio Andrade Leite, que eram assessores do então presidente da Câmara Sidlei Alves, foram condenados cada um a 10 anos e 2 meses de prisão.
Paulo Bambu foi condenado a 10 anos e 6 meses por receber propina do esquema de corrupção. Atualmente ele é o coordenador regional do Governo do Estado na região de Dourados.
Aurélio Bonatto pegou a maior sentença – 17 anos e 8 meses por corrupção ativa, corrupção passiva e associação criminosa. Atualmente ele é assessor do deputado estadual Neno Razuk (PTB).
Na fase processual, os oito negaram os crimes e tentaram desqualificar as provas por, segundo a tese da defesa, terem sido obtidas de forma ilegal através das gravações feitas por Passaia. O juiz rejeitou as alegações. Luiz Alberto de Moura Filho estipulou regime fechado, mas permitiu que todos recorram em liberdade.