Após rejeitar PSDB e desafiar Bolsonaro, Marcos Pollon perde comando do PL em MS

O deputado federal Marcos Pollon não é mais presidente do PL em Mato Grosso do Sul. O parlamentar foi destituído do cargo após anunciar sua candidatura a prefeito de Campo Grande, em desafio à decisão do presidente nacional, Valdemar Costa Neto, e de Jair Bolsonaro, que fecharam apoio ao PSDB, de Beto Pereira.

A revolta dos bolsonaristas contra o apoio ao candidato tucano começou a ser punida nesta quinta-feira (4). “Recebi hoje a informação do Waldemar da Costa Neto que não estarei mais a frente da gestão do partido. Agradeço a todos que ombrearam comigo nesta trajetória e dos que precisarem de mim, e do meu mandato de deputado federal, comunico que sigo à disposição”, declarou Pollon.

Com o objetivo de melar o acordo do ex-presidente Jair Bolsonaro com o ninho tucano, Marcos Pollon anunciou, em gravação nas redes sociais na semana passada, que seria o candidato do PL a prefeito de Campo Grande. Ele afirma que não vota no PSDB, porque o partido é ligado à esquerda.

No vídeo, Pollon diz que “corta as bolas, mas não vota no PSDB”. Em seguida, o deputado destaca respeita as lideranças tucanas, inclusive mantém um bom relacionamento com Beto Pereira, mas que nunca votará nem fará campanha para os tucanos.

Apesar da insatisfação com o comando nacional do PL, Pollon afirma que seguirá no partido pelo qual se elegeu em 2022, com 103 mil votos.

“Minha luta é pela liberdade, é o que move a minha atividade política, seja hoje como deputado ou como sempre foi na minha cidadania”, diz o ex-presidente regional do PL.

O plano de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro era colocar o deputado federal Rodolfo Nogueira no lugar do colega destituído. O Gordinho do Bolsonaro, entretanto, recusou a oferta, por estar concentrado na pré-candidatura da esposa, Gianni Nogueira, a prefeita de Dourados pelo PL.

“Recebi uma ligação do Presidnete Valdemar onde mencionou a situação do PL MS, e que ocorreria a troca de comando no Estado. Respondi que neste momento não posso assumir a  presidência estadual, pois tenho um projeto viável em andamento como presidente do PL Dourados. Estamos trabalhando na pré candidatura da minha esposa Gianni Nogueira para prefeita de Dourados”, divulgou o parlamentar.

Com isso, o comando regional do partido deve ficar a cargo de Aparecido Andrade Portela, o Tenente Portela, amigo pessoal do ex-presidente da República.

Jair Bolsonaro deve vir a Mato Grosso do Sul para fazer campanha a prefeito de Beto Pereira. Ele também vai indicar a ex-subcomandante-geral da Polícia Militar, a coronel PM Neidy Nunes Barbosa Centurião, para ser a candidata a vice-prefeita.