Clarice Custódio Jacomeli e Cláudio José Jacomeli participaram da invasão do Congresso Nacional
A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal condenou o casal bolsonarista de Naviraí, Clarice Custódio Jacomeli, 62 anos, e Cláudio José Jacomeli, 65, a 14 anos de cadeia por participar da invasão e depredação do Congresso Nacional durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Em vídeos nas redes sociais, eles se gabavam de serem “corajosos” e de causar “muita inveja” para o pessoal sem coragem de participar do protesto contra a eleição do presidente Luiz Lula da Silva (PT).
Com a condenação do casal, por unanimidade em julgamento virtual encerrado na última terça-feira (25), o STF já condenou 12 bolsonaristas de Mato Grosso do Sul. Nesta semana, a empresária de Três Lagoas, Aparecida Solange Zanini, também foi condenada a 14 anos de prisão no regime fechado.
O casal não se conformou com a derrota de Jair Bolsonaro (PL) e participou do acampamento na frente do quartel do Exército em Naviraí. Eles pagaram R$ 320 cada para participar da caravana até Brasília, onde participaram do protesto de 8 de janeiro, que terminou com a destruição dos prédios dos Três Poderes.
Conforme o relator, o ministro Alexandre de Moraes, o casal fez foto dentro do Congresso Nacional durante a depredação da Câmara dos Deputados e do Senado. Em depoimento, eles admitiram que ficaram 30 minutos no local e saíram com a chegada da polícia.
Coragem de causar inveja
Em um vídeo destacado por Moraes, a mulher de Naviraí se gaba de estar participando dos protestos antidemocráticos. “Clarice Custódio Jacomeli, em tom de comemoração, afirma: ‘Ó, estamos aqui, corajosos, para enfrentar mais uma luta e estamos fazendo muita inveja pra esse pessoal que não tem coragem’”, gabou-se.
“Cláudio José Jacomeli, por sua vez, diz: ‘(…) Olha, nós temos que buscar o que é nosso, o que é nosso: a liberdade’”. O casal repetiu um mantra bolsonarista, de que estão lutando pela liberdade, apesar de não aceitarem o resultado das eleições de 2022 e ainda defenderem um golpe de estado.
Moraes votou para condenar o casal por cinco crimes:
359-L (abolição violenta do Estado Democrático de Direito) do Código Penal; 359-M (Golpe de Estado) do Código Penal; 163, parágrafo único, I, II, III e IV (dano qualificado), todos do Código Penal; 62, I, (deterioração do Patrimônio tombado), da Lei 9.605/1998; 288, parágrafo único, (Associação Criminosa Armada) do Código Penal.
Os ministros Flávio Dino e Cármen Lúcia votaram integralmente com o relator, enquanto o ministro Cristiano Zanin concordou com Moraes com algumas divergências.
Até o momento, Mato Grosso do Sul já conta com 12 bolsonaristas condenados pelo STF.