Cassado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral na noite desta terça-feira (6), Rafael Tavares (PRTB) afirmou que a “turma da velha politica ficou apavorada” e promete ser candidato nas eleições deste ano em Campo Grande. O mais provável é que bolsonarista perca a vaga após o Carnaval e dispute a vaga de vereador.
Para o advogado Danny Fabrício, autor da ação que levou à anulação dos votos do PRTB por não cumprir a cota feminina e a cassação do mandato de Tavares, a decisão deverá ser cumprida em, no máximo, um mês.
Na Assembleia Legislativa, a expectativa é de que o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Corumbá, Paulo Duarte (PSB), assuma o mandato na próxima semana. Presidente regional do partido, o socialista foi deputado estadual e prefeito da Cidade Branca pelo PT. Disputou a reeleição pelo PDT e virou deputado estadual no MDB.
Apesar da cassação ter sido relatada pelo ministro Raul Araújo no TSE, famoso por ter posições alinhadas com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Rafael Tavares responsabilizou petistas e tucanos pela sua cassação. “Ver o PT e o PSDB do Mato Grosso do Sul se juntando pra me derrubar, só mostra o tamanho da nossa força”, ressaltou.
O pedido de cassação foi feito pelo advogado Rhiad Abdulahad, presidente do diretório municipal do União Brasil em Campo Grande, e candidato a vice-prefeito nas eleições de 2020 na chapa de Vinicius Siqueira, então no PSL, mesmo partido de Bolsonaro.
“Se a turma da velha política ficou apavorada com o que fizemos e acha que vai me parar cassando mandato, me aguardem…”, postou o deputado cassado. “Nós estamos apenas começamos”, garantiu. Ele aguarda Bolsonaro, que vem à Capital no próximo dia 24, para decidir se disputará a prefeitura ou uma vaga na Câmara Municipal.
O ex-presidente poderá anunciar apoio ao deputado federal Marcos Pollon (PL), aos deputados estaduais João Henrique ou Coronel David, ambos do PL, ao ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB) ou a Tavares. Ele ainda cogita apoiar a reeleição da prefeita Adriane Lopes (PP).
“Fui eleito de forma democrática por mais de 18 mil pessoas no Mato Grosso do Sul. Enfrentei a máquina sem nenhum centavo de dinheiro público. Não tive ajuda de nenhum grupo da velha política para chegar na assembleia”, afirmou o deputado cassado na rede social.
“Sem dever favor, fiz oposição ao grupo político do PSDB e PT que COMANDAM a política do estado. Denunciei as irregularidades da Cassems e apresentei um pedido de CPI contra os donos do poder que prejudicam os servidores públicos”, disse.
“Fui xingado e processado pelo sindicato dos ‘professores’ do PT”, lembrou, sobre os professores da rede pública estadual, que foram confrontados por Tavares durante protesto no legislativo.
Tavares é o segundo deputado estadual cassado pela Justiça eleitoral no atual mandato. O primeiro foi Tiago Vargas (PSD), também bolsonarista, que teve 18 mil votos anulados porque foi considerado inelegível por ter sido demitido da Polícia Civil por Reinaldo Azambuja (PSDB).
Vargas deixou a vaga para o ex-secretário municipal de Finanças de Campo Grande, Pedro Pedrossian Neto (PSD). Só que ele terá dificuldades para disputar a reeleição na Câmara Municipal.
Com a posse de Paulo Duarte, a extrema direita só contará com João Henrique na Assembleia. Os bolsonaristas Coronel David e Neno Razuk (PL) não fazem oposição ao governador Eduardo Riedel (PSDB). Aliás, o parlamentar douradense está em apuros com a Justiça por causa da acusação de chefiar organização criminosa no caso do jogo do bicho na Capital.