Deputado douradense vem aumentando mês a mês os gastos cobertos com dinheiro público
O deputado estadual Neno Razuk (PTB) não economiza quando o negócio é gastar dinheiro público. O parlamentar douradense, herdeiro do espólio político do pai Roberto Razuk e da mãe, a ex-prefeita Délia Razuk, já torrou quase 100 mil reais da Ceap (Cota do Exercício da Atividade Parlamentar) em 2021.
A Ceap é uma verba de gabinete destinada a bancar despesas com combustíveis, divulgação da atividade parlamentar, hospedagem e alimentação, consultoria e custos de imóvel de apoio ao exercício do mandato. Na Câmara dos Deputados, a cota é chamada de “verba indenizatória”.
Cada deputado estadual (assim como os federais) banca os gastos com o próprio dinheiro e depois apresenta notas para ser reembolsado. Nestes gastos não estão incluídos os assessores de gabinete, que são pagos pela Assembleia Legislativa com o dinheiro dos impostos repassado pelo Governo do Estado, assim como o salário mensal dos parlamentares. Neno é o 2º vice-presidente da ALMS.
Em fevereiro deste ano, conforme o Portal da Transparência da Assembleia Legislativa, Neno Razuk já tinha sido campeão em gastos mesmo com a Casa realizando sessões remotas por causa da pandemia da covid-19. Naquele mês, Neno gastou R$ 33.182,05, metade com serviços de consultorias, assessorias, pesquisas e trabalhos técnicos.
Mesmo no período em que Mato Grosso do Sul enfrenta a pior fase da pandemia, com média de 50 mortes por dia e a saúde em colapso sem leitos de UTI na maioria das cidades, Neno Razuk gastou R$ 35,3 mil em março. As notas foram apresentadas à Assembleia Legislativa para que o deputado possa ser reembolsado.
Assim como ocorreu nos dois primeiros meses do ano, a maior parte dos gastos foi com “Consultorias, Assessorias, Pesquisas e Trabalhos Técnicos” – R$ 17,4 mil.
Foram R$ 6 mil pagos a César Gilberto Gonzales por honorários advocatícios, R$ 4 mil a João Guilherme Berrocal Barreto por consultoria técnica, R$ 4 mil para Liziane Carla Ferlan Berrocal por consultoria técnica, duas notas de R$ 1 mil cada pagas à empresa A.J. Ueno Pesquisa, Consultoria e Mídia por “serviço” e R$ 1.400 pagos a Ricardo Ferraz de Camargo por “serviços técnicos”.
As outras despesas foram R$ 4,1 mil com combustíveis, R$ 4 mil com divulgação da atividade parlamentar, R$ 5,9 mil com “locomoção do parlamentar, de secretários e adjuntos parlamentares (passagens, locação de meios de transporte, hospedagem, alimentação)”, R$ 2 mil com “aquisição ou locação de software, serviços postais, assinatura de publicações, TV a cabo ou similar, acesso à internet e locação de móveis e equipamentos” e R$ 1,9 mil com “imóvel de apoio à atividade parlamentar (aluguel, condomínio, IPTU, água, telefone fixo e/ou móvel, energia elétrica).
O Dourados Informa procurou a assessoria de Neno Razuk para saber se o deputado iria se manifestar sobre os gastos, mas não houve resposta.