Dos cinco deputados estaduais e federais de MS citados, apenas dois se manifestaram
Silêncio e indignação, assim os cinco deputados bolsonaristas reagiram ao pedido de suspensão da diplomação e da posse pelo Grupo Prerrogativas ao Supremo Tribunal Federal. Valentes nos ataques nas redes sociais, João Henrique Catan e Rodolfo Nogueira, o Gordinho do Bolsonaro, do PL, e Dr. Luiz Ovando (PP), não se manifestaram sobre o pedido feito ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Campeão de votos na eleição do ano passado, o deputado federal eleito Marcos Pollon (PL), foi enfático em condenar a denúncia feita pelos advogados que atuam em defesa da democracia brasileira. “A acusação é absurda!”, reagiu. Ele foi incluído porque o homem preso acusado de colocar um caminhão-tanque com bomba para explodir o aeroporto de Brasília o citou na delegacia.
“Minhas redes são aberta e qualquer um pode checar isso”, desafiou Pollon, descartando ter apoiado os bolsonaristas que invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto no dia 8 de janeiro deste ano.
A mesma reação teve o empresário Rafael Tavares (PRTB), eleito deputado estadual. “Um grupo de advogados petistas que tentam no tapetão derrubar minha eleição. Já é a terceira ação que a esquerda tenta para tirar meu mandato. Não sei porque estão com tanto medo de mim”, reagiu.
Ele questionou a ação feita na Justiça Eleitoral pelo União Brasil e pelo deputado estadual Paulo Duarte (PSB), que pedem a anulação dos votos do PRTB por não ter cumprido a cota de vagas para as mulheres. As ações deverão ser julgadas até o fim deste mês pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Sobre o suposto apoio aos ataques terroristas, Tavares nega ter incitado ou apoiado o movimento. “Disse que um grupo de advogados conversou comigo e de forma voluntária se ofereceram para dar auxílio jurídico”, pontuou. Ele também parabenizou o governador Eduardo Riedel (PSDB) por ter colocado a Defensoria Pública para ajudar os presos acusados pelos atos de vandalismo.
Por outro lado, os deputados mais “valentes” nas redes sociais, que fazem duras críticas à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro Alexandre de Moraes, como João Henrique, Dr. Ovando e o Gordinho do Bolsonaro, preferiram não se manifestar sobre a denúncia. Eles não responderam aos questionamentos feitos pelo O Jacaré nem abordaram o assunto nas redes sociais.
Moraes deve decidir nos próximos dias se acata o pedido do Grupo Prerrogativas e suspende a diplomação dos cinco deputados, impedindo a posse prevista para o dia 1º de fevereiro.
“Todos o(a)s requerido(a)s, de forma pública, apoiaram o atentado cometido contra a Democracia Brasileira no último dia 08 de janeiro. Ora, não é aceitável ou imaginável que pessoas que tenham sido eleitas como representantes do povo em um regime democrático, por meio de eleição livre, possam apoiar, incentivar e mesmo participar de atos que atentem contra o Estado Democrático de Direito”, alegam os advogados Marco Aurélio de Carvalho, Fabiano Silva dos Santos e Pedro Estevam Alves Pinto.