O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prestou depoimento nesta quarta-feira (26) à Polícia Federal para esclarecer os motivos de ter postado um vídeo com mentiras propagadas pelo procurador de Mato Grosso do Sul, Felipe Gimenez, para atacar as eleições de 2022. O ex-chefe do Planalto alegou que estava sob efeito de medicamentos quando fez postagem.
A publicação foi feita apenas dois dias após os ataques de bolsonaristas golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), no dia 8 de janeiro. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República e incluiu o ex-presidente na investigação da tentativa de golpe no início deste ano.
O depoimento de Jair Bolsonaro durou cerca de 3 horas. Segundo relato do ex-secretário de comunicação social da Presidência e atual assessor de imprensa de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, o ex-presidente disse à PF que estava sob efeito de medicamentos quando fez a postagem. Bolsonaro estaria se recuperando de um “tratamento com morfina”.
Wajngarten afirmou que a versão dada aos agentes federais foi de que a publicação havia sido um erro e que o ex-presidente repudia os atos golpistas de 8 de janeiro.
“Este vídeo foi postado na página do presidente no Facebook quando ele tentava transmiti-lo para o seu arquivo de WhatsApp para assisti-lo posteriormente. Por acaso, justamente, neste período o presidente estava internado em um hospital em Orlando”, afirmou o assessor de Bolsonaro.
“Justamente no período entre o dia 8 e o dia 10 ele teve uma crise de obstrução intestinal, foi internado, submetido a tratamento com morfina, ficou hospitalizado e só recebeu alta na tarde do dia 10. Essa postagem foi feita de forma equivocada tanto que duas horas depois ele foi advertido e retirou a postagem” justificou.
O vídeo do procurador do Estado, Felipe Gimenez, foi um dos motivos para justificar a investigação do ex-presidente. O polêmico advogado sul-mato-grossense não reconheceu a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições do ano passado.
Na gravação, Gimenez diz que Lula “não foi eleito pelo povo brasileiro”, mas “foi escolhido pelo serviço eleitoral junto com os ministros do Supremo Tribunal Federal e do TSE”. “Não houve transparência na apuração”, acusou o procurador do Estado.