O vereador Rogério Yuri (PSDB), integrante da Frente Parlamentar de Conflitos Agrários da Câmara de Dourados, cobrou do governo federal uma solução imediata para o impasse envolvendo a retomada de áreas rurais por indígenas no anel viário do município. Nesta semana, Yuri esteve acompanhado do procurador do Ministério Público Federal, Marco Antônio de Almeida, em uma reunião com lideranças indígenas, após a ocupação de cerca de 150 hectares — avanço que supera o acordo inicial de 27 hectares firmado há dois anos.
Segundo o parlamentar, o entendimento construído com apoio da Assembleia Legislativa, de deputados estaduais e do governo de Mato Grosso do Sul garantiu, até então, dois anos sem conflitos diretos entre produtores e indígenas, período marcado por negociações pacíficas e pela ausência de confrontos. “Nós evitamos tragédias, mortes, mas os indígenas chegaram ao limite da espera por respostas e nada acontece. O presidente Lula prometeu prioridade ao caso no ano passado quando esteve no Estado e até agora não cumpriu. Isso não pode mais cair no esquecimento”, declarou.
Yuri reforçou que já esteve no Incra cobrando providências recentemente e que aguarda agilidade na avaliação de imóveis nas 21 áreas de conflito localizadas no entorno do Anel Viário de Dourados. O levantamento é considerado etapa decisiva para destravar negociações e permitir que o Supremo Tribunal Federal (STF) possa tomar uma decisão definitiva sobre a disputa territorial. Conforme Yuri, os ruralistas também se sentem angustiados, pois concordam em entregar suas áreas desde que sejam indenizados de forma justa.
O parlamentar alerta que a falta de respostas pode causar novos episódios de violência, lembrando os confrontos anteriores que resultaram em feridos graves. “Estou falando em nome do produtor e em nome do indígena. A gente não pode retroceder. Esse acordo foi construído para a paz. Se não houver solução, corremos o risco de perder todo o trabalho feito até aqui”, enfatizou.
O vereador informou ainda que está acionando forças de segurança e mantendo diálogo com o secretário estadual de Segurança Pública para acompanhamento do caso. A expectativa é que, nos próximos dias, o Incra avance nas medições das áreas em questão, abrindo caminho para um desfecho que contemple produtores e indígenas.