Solto após o pagamento de fiança de R$ 15 mil na última sexta-feira (17), o advogado Douglas Melo Figueiredo (PSDB) vai para disputar o cargo de prefeito de Anastácio como suspeito de assassinato. Após casos de políticos eleitos por corrupção, chefiar organização criminosa e até tráfico internacional de drogas, o ex-prefeito inclui a classe política de Mato Grosso do Sul em outro patamar.
Douglas é investigado pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) por ter mandado matar o ex-aliado e ex-vereador Wander Alves Meleiro, o Dinho Vital (PP). Dois policiais militares acusados de executar o desafeto foram presos na operação.
O tucano foi preso porque os policiais encontraram duas carabinas e uma pistola 9 mm em sua casa. O juiz Luciano Petro Beladelli, da 1ª Vara de Anastácio, concedeu a liberdade mediante pagamento de fiança de R$ 15 mil. O valor foi depositado no início da noite de sexta-feira e Douglas deixou a cadeia.
Antes do brutal homicídio do ex-vereador, ocorrido após uma briga dele com o ex-prefeito, Douglas liderava as pesquisas para ser o próximo prefeito de Anastácio. Ele tinha 43%, de acordo com a pesquisa do Instituto Ranking Brasil Inteligência.
O tucano contava com o apoio do presidente regional o PSDB, Reinaldo Azambuja. Em nota, Douglas deixou claro que ainda tem bastante apoio na cidade: “Agradeço a todos os anastacianos que me apoiam e acreditam em mim. Agradeço também as inúmeras mensagens de apoio e carinho que tenho recebido. Não me renderei às tentativas de me silenciar”, afirmou.
Até o momento, o PSDB não se manifestou sobre a execução de Dinho Vital nem publicou nota repudiando o ocorrido. Nas redes sociais, Douglas chegou a lamentar a morte do ex-vereador e prestou solidariedade à família.
Ele não é o único em apuros com a Justiça que lidera as pesquisas. Em Sidrolândia, Vanda Camilo (PP) vinha liderando as pesquisas até o Ministério Público Estadual desvendar um esquema milionário de desvio na prefeitura comandada pelo seu genro, o vereador Claudinho Serra (PSDB). Ele ficou 23 dias na cadeia e, agora, está solto mediante uso de tornozeleira eletrônica.
O Estado já teve prefeito preso por tráfico internacional de drogas que foi eleito e reeleito mesmo após ser condenado pela Justiça Federal. Reinaldo foi reeleito após a Polícia Federal deflagrar a Operação Vostok, que o acusou de chefiar organização criminosa, receber R$ 67,7 milhões em propina da JBS e causar prejuízo de R$ 209,7 milhões aos cofres públicos.