Daiana Cristina Kuhn, que assinava os cheques da conta “fantasma”, fica presa em casa, monitorada por tornozeleira eletrônica
O juiz da 2ª Raul Ignatius Nogueira concedeu nesta quinta-feira (14) prisão domiciliar para a ex-secretária de Fazenda de Maracaju, Daiana Cristina Kuhn, presa no dia 22 de setembro deste ano, durante a Operação Dark Money, que apura desvio de pelo menos R$ 23 milhões do cofre público do município.
Na mesma decisão, o titular da 2ª Vara da comarca negou medida semelhante a outros três investigados que continuam presos: o ex-secretário de Fazenda Lenilso Carvalho Antunes; Edimilson Alves Fernandes, que comandou o setor de licitações da prefeitura e foi apontado pela polícia como peça-chave no esquema; e o empresário Pedro Everson Amaral Pinto, dono de tapeçaria em Maracaju e acusado de trocar os cheques da conta secreta.
Na decisão, o juiz pondera que apesar da participação de Daiana no esquema ter sido "determinante para possibilitar o desvio de recursos públicos", a investigada tem o direito à substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar por ter filha menor de 12 anos, como prevê a lei.
Daiana deve deixar a cadeia ainda hoje e passará a ser monitorada por tornozeleira eletrônica. Ela terá de cumprir série de medidas cautelares, como permanecer em casa em tempo integral e não manter contato com os outros investigados na operação.
Assim como a ex-secretária e outros três investigados, o ex-prefeito Maurílio Azambuja (MDB), acusado de chefiar o esquema, também está em prisão domiciliar.
“Os requerentes não apresentaram nenhum fato objetivo e concreto que aponte o perecimento dos fundamentos que ensejaram a decretação de sua prisão preventiva, vez que as alegações de possuírem boa conduta, emprego fixo e serem primários, não são suficientes, ao menos em sede de cognição sumária, para justificar a concessão da liberdade”, afirmou o juiz, na decisão.
O ex-prefeito e mais oito suspeitos de envolvimento no desvio milionário feito através de "conta fantasma” foram indiciados. Os crimes são de organização criminosa, falsidade ideológica, peculato, emprego irregular de verbas ou rendas públicas e lavagem/ocultação de valores.
Foram indiciados Lenilso Carvalho Antunes (apontado como braço direito de Maurílio), Daiana Cristina Kuhn, Edimilson Alves Fernandes, Pedro Everson Amaral Pinto, a ex-servidora contratada Iasmim Cristaldo Cardoso; Moisés Freitas Victor, que trabalhou na tapeçaria de Pedro Everson; Fernando Martinelli Sartori, genro do empresário, e Victor Henrique Kuhn, irmão de Daiana e um dos “laranjas” do esquema.
Iasmin, Fernando e Moisés cumprem prisão domiciliar monitorados por tornozeleira eletrônica. Victor Henrique Kuhn é o único que está solto, pois a polícia não pediu a prisão preventiva dele.