A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (3), a Operação João Romão para apurar desvio milionário na Prefeitura Municipal de Corumbá. O principal alvo é o secretário municipal de Infraestrutura, Ricardo Ametla, que criou uma empresa para desviar recursos públicos e que recebeu R$ 12 milhões apesar de não contar com estrutura para participar das licitações.
A ofensiva visa combater os crimes de fraudes em licitações e corrupção no município e é mais um escândalo envolvendo a gestão do prefeito Marcelo Iunes (PSDB), que se gaba de ter ficado rico na política.
Policiais federais cumpriram 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Corumbá e Campo Grande, todos expedidos pela Justiça Federal. No total, 52 policiais e agentes da CGU (Controladoria-Geral da União) participam da operação.
“A investigação, que se iniciou em 2021, mostrou que o atual secretário municipal teria criado uma empresa que acabou vencendo diversos procedimentos licitatórios da pasta sob sua reponsabilidade, sendo responsável por obras cujos valores ultrapassam R$ 12 milhões”, informou a PF em nota.
“Ainda durante as investigações foi possível colher indícios de irregularidades que teriam permitido a empresa suspeita ter capacidade financeira e técnica para participar dos certames licitatórios que venceu”, apontou.
De acordo com a CGU, metade do montante investigado, R$ 6 milhões, são provenientes do Governo federal.
Além do secretário, que teve casa e gabinete vasculhados pelos federais, estão entre os alvos a subsecretaria municipal Gabirela Carneiro, outros servidores comissionados e efetivos e responsáveis pela fiscalização das obras.