Contratos já identificados e objetos da investigação ultrapassam R$ 68 milhões
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), deflagrou nesta quarta-feira (29) a Operação Turn Off, para cumprir oito mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Maracaju, Itaporã, Rochedo e Corguinho.
Entre os alvos estão o atual subsecretário estadual de Educação Edio Antonio Resende de Castro e o atual subsecretário da Casa Civil Flavio Brito. Castro ocupou o mesmo cargo na gestão de Reinaldo Azambuja e foi mantido na equipe do Governo. Homem de confiança do ex-secretário de Saúde e atual deputado federal Geraldo Resende (PSDB), Flavio Brito também ocupou cargos no Governo Reinaldo e foi aproveitado no time de Eduardo Riedel.
Édio Castro foi preso e Flavio Brito alvo de mandados de busca, além de ser conduzido para depoimento.
Segundo o MP, a investigação, conduzida pelo Gecoc, constatou a existência de organização criminosa voltada à prática de corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, fraude em licitações e contratos públicos, além de lavagem de dinheiro.
A organização criminosa atua fraudando licitações públicas destinadas à aquisição de bens e serviços em geral, destacando-se a compra de aparelhos de ar-condicionado pela Secretaria Estadual de Educação, locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela Secretaria Estadual de Saúde, aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Campo Grande, dentre outros. O esquema incluía pagamento de propina a vários agentes públicos.
Os contratos já identificados e objetos da investigação ultrapassam R$ 68 milhões.
O trabalho do Gecoc partiu de provas obtidas na Operação Parasita, deflagrada no dia 7 de dezembro de 2022, compartilhadas judicialmente, que reforçaram a maneira de agir da organização criminosa. A operação contou com o apoio operacional do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.
Turn Off, termo que dá nome à operação, traduz-se da língua inglesa como ‘desligar’, foi originado do primeiro grande esquema descoberto na investigação, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado, e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada.