Em convenção realizada neste sábado, o PSB decidiu apoiar o candidato a governador Eduardo Reidel (PSDB), e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para presidente da República. Com a decisão, os socialistas colocam o petista no palanque do tucano, que tenta colar no presidente Jair Bolsonaro (PL), com quem diz estar fechado, para atrair os votos bolsonaristas em Mato Grosso do Sul.
O partido era cortejado pelo ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), que chegou a anunciar o presidente da Cassems, Ricardo Ayache (PSB), como candidato a vice-governador. O médico cardiologista declinou o convite e chegou a divulgar uma carta que era cortejado por mais partidos.
A guinada no PSB para o ninho tucano começou com a filiação do deputado estadual Paulo Duarte, que trocou o MDB pelo partido. O ex-prefeito de Corumbá já foi do PT e do PDT antes de trocar de partido. Ele reassumiu o mandato de deputado após o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) costurar um acordo para garantir o mandato a Duarte.
O tucano nomeou Eduardo Rocha, marido da senadora Simone Tebet, para comandar a Secretaria de Governo e Gestão Estratégica. Só que além do cargo, o PSDB não cogita apoiar a senadora para presidente da República no Estado. No Governo tucano, ela só deve ter o voto, a princípio, do esposo.
“Temos o compromisso nacional, que é essa chapa Lula-Alckmin. A legislação eleitoral não vincula a coligação nacional à local, tanto que no Rio de Janeiro temos o PSDB junto com o PSB, e aqui estaremos apoiando o Eduardo Riedel”, explicou Ayache, conforme o Midiamax.
“Temos 20 estaduais e cinco federais. Tem uma decisão interna na Cassems de que eu não sairia porque ainda estamos em pandemia e não saímos dela, não me coloquei candidato a nada”, justificou, sobre a decisão de não ser candidato nas eleições deste ano.
O PSB ainda poderá indicar o candidato a vice de Riedel, o presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), que é réu na Operação Coffee Break por corrupção e improbidade administrativa.
“Há espaço para isso, acreditamos que o presidente da Câmara, Carlão, é um nome muito importante na política do nosso Estado e que contribuiria muito na construção da chapa majoritária, assim como aconteceu no Rio, que o PSDB indicou o Cesar Maia como vice do Marcelo Freixo, do PSB. Temos tudo para inverter aqui”, contou Ayache.
O PSB era a única incógnita na disputa estadual. O Avante, que rompeu com a deputada federal Rose Modesto (União Brasil), após Sérgio Harfouche perder a vaga de candidato a senador para o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é o próximo a atrair os holofotes.
O partido só deverá ter candidato a senador e poderá fechar aliança com um candidato a governador. O mais cotado seria André Puccinelli (MDB), que pode retirar a candidatura do ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos Rosa (MDB), para obter o apoio de Harfouche.
Riedel e o Capitão Contar (PRTB) estão fazendo campanha para a deputada federal Tereza Cristina (PP), do Centrão, para o Senado. O candidato do PT será o advogado Tiago Botelho. O juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PSD) está na chapa de Marquinhos. O PSOL vai lançar o professor Sidney Melo para o Senado.