Os casos confirmados de febre maculosa este ano, particularmente no interior de São Paulo, com oito mortes, chamaram atenção das autoridades de saúde em todo o Brasil. No Mato Grosso do Sul, porém, o último caso confirmado foi em 2018, mesmo ano em que Dourados teve dois casos notificados, sem confirmação. Atualmente, outros dois casos estão em investigação e sendo monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-Dourados).
Segundo informações da Vigilância Epidemiológica, um desses casos é de uma mulher de 23 anos e o outro, um garoto de quase três anos. Ambos residentes na área urbana, não são da mesma família e estão em tratamento domiciliar, monitorados pelo órgão, através das equipes de atenção primária. “Foram feitos todos os protocolos iniciais de atendimento indicados pelo Ministério da Saúde como notificação, coleta de sangue e receituário. Apenas a criança ficou dois dias internada na UPA por causa do medicamento endovenoso e já está bem”, explica Emerson Eduardo Correa, gerente da Vigilância Epidemiológica.
Febre Maculosa
A febre maculosa é uma doença infecciosa, causada por uma bactéria do gênero Rickettsia e que é transmitida pela picada de carrapato infectado, principalmente pelo carrapato estrela. A doença não é transmitida de pessoa para pessoa, mas por meio da picada do carrapato. Por isso, para preveni-la, o ideal é evitar estar em locais onde haja exposição a esses bichos ou adotar algumas medidas para quando estiver visitando alguma dessas regiões silvestres, de mata, fazendas, trilhas ecológicas ou de vegetação alta.
O Ministério da Saúde indica que, ao visitar uma dessas regiões de maior risco, a pessoa utilize roupas claras, que ajudam a identificar mais rapidamente o carrapato, que tem cor escura. Também é importante usar calças e blusas com mangas compridas e utilizar botas. Se possível, deve-se prender a barra da calça à meia com fita adesiva. Outra medida importante é evitar carrapatos nos animais de estimação.
Caso encontre carrapatos aderidos ao corpo, é importante que a remoção seja feita com uma pinça, e não com os dedos. Também é importante não encostar objetos aquecidos ou agulhas para retirar o bicho. “Não aperte ou esmague o carrapato, mas puxe com cuidado e firmeza. Depois de remover o carrapato inteiro, lave a área da mordida com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido retirar os carrapatos do corpo, menor será o risco de contrair a doença”, informa o ministério.
Após o uso, todas as peças de roupas devem ser colocadas em água fervente para a retirada dos carrapatos.
Sintomas
Os sintomas da doença estão relacionados frequentemente à febre, dor pelo corpo, dor de cabeça e manchas avermelhadas, quadro muito parecido com os sintomas de dengue e de leptospirose. Por isso, é importante que, ao chegar a uma unidade de saúde, o profissional seja informado de que a pessoa esteve em região de risco para a doença ou com incidência de carrapatos.
A procura pelo serviço médico deve ocorrer rapidamente, assim que surgirem os primeiros sintomas da doença, que costumam aparecer entre 2 e 14 dias após a picada pelo carrapato infectado.