O governador Reinaldo Azambuja se reuniu quarta-feira (19) com a embaixadora da Venezuela, Maria Teresa Belandria, que veio a Mato Grosso do Sul pedir apoio em relação a regularização de venezuelanos que entraram de forma ilegal no Estado. Outra preocupação é em relação a segurança pública e a troca de informações entre as autoridades.
Para tratar do tema, o governador pediu ao secretário de Segurança e Justiça, Antônio Carlos Videira, que entre em contato com os secretários de Roraima e Amazonas, além do ministro da Justiça, Anderson Torres, para que haja uma ação em conjunto e uma tratativa coordenada em âmbito nacional.
“Compartilhamos desta preocupação, e entendemos que precisa de uma ação nacional, para que estes refugiados tenham acesso a documentação, estando legal no País. Sabemos da situação da Venezuela e somos a favor de eleições democráticas”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja.
Antônio Carlos Videira ressaltou que entrada ilegal de venezuelanos no Brasil e em Mato Grosso do Sul é uma preocupação de vários secretários, já que estas pessoas ficam vulneráveis ao crime organizado, com impacto direto na segurança pública com os estados fronteiriços.
“Mato Grosso do Sul é um estado de fronteira com o Paraguai e Bolívia e recebeu grande grupo de forma ilegal, por isso é importante este contato com os secretários de outros estados e governo federal, para que haja um controle destas pessoas, mas é uma pauta nacional”, descreveu o secretário.
A embaixadora ressaltou que já visitou 15 estados para tratar do tema e que estes refugiados que entram de forma ilegal, sem documento, podem estar sujeitos a facções criminosas e até trabalho escravo. “Eles estão nas ruas sem documento. Cerca de 90% são de famílias”.
Ela faz parte do governo interino de Juan Guaidó, que já foi reconhecido por 60 países, incluindo o Brasil. “Esta situação ocorre devido a crise política que ocorre na Venezuela. Muitos estão em busca de novas oportunidades, outros são refugiados políticos”.
Encaminhamento
A titular da Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho), Elisa Cleia Nobre, explicou que o governo do Estado ajuda os refugiados e migrantes, por meio do Cadh (Centro de Atendimento em Direitos Humanos), com encaminhamento para o Cras (Centro de Referência de Assistência Social), Polícia Federal ou qualquer serviço emergencial que necessitem.
“O atendimento é feito para qualquer migrante que nos procurar. No caso da regularização de documentos, fazemos a mediação junto a Polícia Federal, inclusive temos intérpretes para ajudar o migrante, que muitas vezes tem dificuldades por causa da língua”, disse a secretária.
Participaram da reunião com o governador e a embaixadora, o secretário de Segurança e Justiça, Antônio Carlos Videira, a titular da Sedhast, Elisa Cleia Nobre, o titular da Semagro, Jaime Verruck e o deputado federal, Luiz Ovando.