A desigualdade vacinal já é um problema real no país, revelaram os dados do MonitoraCovid-19 da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Segundo o documento, apenas 16% dos municípios do Brasil apresentam mais de 80% da população com o esquema vacinal completo.
Uma distribuição vacinal desigual é preocupante porque locais com baixa cobertura de vacinação representam um risco para a população local e se tornam porta de entrada para novas variantes.
"Dados de outros países indicam que em 2022 locais com baixa vacinação devem favorecer a ocorrência de surtos", afirma a Fiocruz.
O documento é divulgado em um momento em que o país está em alerta com a nova versão do coronavírus, a ômicron, reportada no dia 24 de novembro, na África do Sul. Desde que foi detectada, a variante causou um número recorde de casos no país africano.
Média nacional segue alta, mas é controversa
Até o dia 8 de dezembro, 74,95% da população brasileira havia recebido a primeira dose dos imunizantes contra a Covid-19, 64,78% estava com esquema vacinal completo e 9,04% havia recebido a terceira dose do imunizante.
Esses percentuais, contudo, não estão espalhados pelo território de forma equivalente.
O acesso aos imunizantes é também um problema socioeconômico, segundo a Fiocruz. Os locais que apresentaram baixa cobertura vacinal são os mesmos que possuem baixo índice de desenvolvimento humano (IDH).
Enquanto que, no Sul do país, 30% dos municípios apresentam mais de 80% da população com esquema de vacinação completo, na região norte esse percentual cai para apenas 1,1%.
BRASIL
22 dezembro2021 - 22h20PorG 1
A desigualdade vacinal já é um problema real no país, revelaram os dados do MonitoraCovid-19 da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Segundo o documento, apenas 16% dos municípios do Brasil apresentam mais de 80% da população com o esquema vacinal completo.
Uma distribuição vacinal desigual é preocupante porque locais com baixa cobertura de vacinação representam um risco para a população local e se tornam porta de entrada para novas variantes.
"Dados de outros países indicam que em 2022 locais com baixa vacinação devem favorecer a ocorrência de surtos", afirma a Fiocruz.
O documento é divulgado em um momento em que o país está em alerta com a nova versão do coronavírus, a ômicron, reportada no dia 24 de novembro, na África do Sul. Desde que foi detectada, a variante causou um número recorde de casos no país africano.
Média nacional segue alta, mas é controversa
Até o dia 8 de dezembro, 74,95% da população brasileira havia recebido a primeira dose dos imunizantes contra a Covid-19, 64,78% estava com esquema vacinal completo e 9,04% havia recebido a terceira dose do imunizante.
Esses percentuais, contudo, não estão espalhados pelo território de forma equivalente.
O acesso aos imunizantes é também um problema socioeconômico, segundo a Fiocruz. Os locais que apresentaram baixa cobertura vacinal são os mesmos que possuem baixo índice de desenvolvimento humano (IDH).
Enquanto que, no Sul do país, 30% dos municípios apresentam mais de 80% da população com esquema de vacinação completo, na região norte esse percentual cai para apenas 1,1%.
No restante do país, o percentual de imunizados com as duas doses da vacina corresponde a:
27,2% no Sudeste;
11,8% no Centro-Oeste;
2,7% no Nordeste.
Dentre os estados da federação, Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Roraima e Sergipe não possuem nenhum município com mais de 80% da população totalmente imunizada.
Os dados citados refletem a situação vacinal do país apenas até o dia 08 de dezembro. O e-SUS Notifica, plataforma que reúne informações sobre casos e mortes por causa de Covid-19, voltou ao ar no dia 21 de dezembro.
A plataforma ficou inacessível por 11 dias após um ataque hacker a sites do governo.
Medidas sanitárias devem ser mantidas no verão
Além do mais, ainda de acordo com a Fiocruz, a cobertura vacinal média alta não deve ser sinônimo de flexibilização das medidas sanitárias.
Países europeus como a Alemanha (63%), Itália (67%), França (65%) e Áustria (60%), que apresentavam percentuais de vacinação similares ao Brasil, servem de exemplo para mostrar que uma nova onda de infecção pode aparecer, caso as medidas de enfrentamento não sejam mantidas.
"Nestes países, no período citado, ainda não existia a ameaça real da nova variante ômicron, situação com a qual o Brasil terá que lidar, sobretudo se não for exigido o passaporte vacinal para viajantes", alerta a Fiocruz