Como parte de uma pesquisa desenvolvida em diversos centros do país, o Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) está abrindo nova convocação para pessoas que apresentem hiperidrose, para avaliação, diagnóstico e tratamento. Podem se inscrever homens e mulheres com idade entre 18 e 60 anos, que tenham hiperidrose palmar associada ou não a plantar.
A hiperidrose consiste em suor excessivo, com palmas das mãos, plantas dos pés ou axilas sempre molhadas, a ponto de pingar e escorrer, mesmo que a pessoa esteja em repouso. Esse quadro pode aparecer ainda na infância, na adolescência ou na idade adulta, causando e agravando diversos problemas de ordem psicossocial e emocional.
Os pacientes que já participaram da primeira etapa da pesquisa também retornarão para seguir com o atendimento. Quem tiver interesse em participar da pesquisa como voluntário, pode entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou ligar para o Ambulatório 2 do HU-UFGD e falar com Ângela, pelo número (67) 3410-3122, no horário das 6h às 12h e das 13h às 16h. Outra forma de ingresso é por encaminhamento da Unidade Básica de Saúde (Posto de Saúde).
Restrições
Os voluntários não podem ser canhotos, ter hiperidrose craniofacial ou generalizada, ou outras doenças. Também não podem participar gestantes ou pessoas que tenham feito intervenções torácicas anteriores. A participação na pesquisa prevê avaliação clínica e de diagnóstico, com vistas à realização de cirurgia de simpatectomia torácica por vídeo bilateral ou unilateral. O acompanhamento do participante terá duração de seis meses.
Pesquisa
As pesquisas realizadas no HU-UFGD seguem criteriosos protocolos de boas práticas em estudos clínicos, atestados pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (CEP) da UFGD e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) do Ministério da Saúde. Os casos que não preencherem os critérios da pesquisa serão avaliados e tratados normalmente.
O que é hiperidrose?
A produção de suor tem relação direta com o controle da temperatura do corpo, mas as pessoas que desenvolvem hiperidrose apresentam uma hiperatividade das glândulas sudoríparas.
A hiperidrose é chamada de primária, ou essencial, quando não aparece relacionada a doenças como hipertireoidismo, diabetes, obesidade e alterações hormonais. Nesses casos, a hiperidrose é classificada como secundária.
Hiperidrose primária ocorre predominantemente nas regiões palmar, plantar e axilar, onde tem caráter simétrico, podendo também se manifestar no segmento craniofacial (cabeça e rosto). Pode surgir desde a infância, mas aparece com maior intensidade na adolescência, fase de grandes mudanças psicossomáticas.
A hiperidrose palmar é considerada clinicamente mais importante pelo fato de originar relevantes problemas nas esferas educacional, social, profissional e afetiva. As pessoas com esse transtorno molham todas as estruturas que tocam, dificultando a escrita, a leitura e as atividades escolares de uma maneira geral. Do ponto de vista social e afetivo, se retraem, evitando apertos de mãos, participar de festas, dançar e até mesmo namorar. Profissionalmente, a hiperidrose palmar pode incapacitar para o trabalho em vários campos da atividade humana.
A hiperidrose axilar também pode causar embaraços sociais, pois o suor escorre pelo corpo, molhando e danificando as roupas. Da mesma forma, a hiperidrose craniofacial pode se constituir em manifestação constrangedora tanto social, como profissionalmente, pois dá a impressão de insegurança.
Como tratar?
Atualmente, existe tratamento medicamentoso que pode controlar o suor de 60% a 70% dos casos. A cirurgia, chamada simpatectomia, pode ser uma excelente opção, pois é minimamente invasiva, realizada por videotoracoscopia, com pequenas incisões, que quase não deixam cicatrizes, e pode representar a cura definitiva para os casos mais severos.
A hiperidrose não é uma doença grave, mas pode comprometer a qualidade de vida e trazer implicações nas atividades sociais, escolares ou profissionais.
O tratamento da hiperidrose corrige a produção excessiva de suor, mas outros fatores associados ao distúrbio, como estresse e ansiedade, também devem receber atenção profissional adequada.