O levantamento divulgado nesta quinta-feira (18)
Apesar dos apelos das autoridades públicas e sanitárias do Governo do Estado, Mato Grosso do Sul aparece nas últimas colocações em relação ao índice de isolamento social em todo o Brasil, estando na 25° posição entre os estados, com 31,3%. Só fica em situação melhor que Santa Catarina e Espírito Santo.
Os dados são referentes a quarta-feira (17), produzindo o mapa nacional e o ranking de todos os estados. Quem lidera o quesito é Sergipe com 43,70% de isolamento, seguido por Pará (43,45%), Ceará (43,43%), Acre (39,69%), Rondônia (38,22%), Amazonas (37,84%) e Maranhão (36,75%).
Nas últimas colocações do ranking nacional aparecem Mato Grosso (32,17%), Rio de Janeiro (32,06%), Mato Grosso do Sul (31,3%), Santa Catarina (30,45%) e Espírito Santo (30,35%). O Estado sempre apresentou um “efeito gangorra” no índice nacional, sendo que há um ano, quando começou a pandemia, o percentual estava em 42,38%, com variação entre 29% a 58,3% nos municípios.
Já no mês seguinte, em abril, a média ficou abaixo de 40%, tendo um aumento e chegando a 47,3% no dia 29 daquele mês. Nos meses seguintes houve redução do percentual e apenas no final de agosto, devido à queda acentuada das temperaturas, o Estado chegou a 40,4% de isolamento social.
No final do ano passado, no feriado de Natal, Mato Grosso do Sul chegou a 49%, ficando na 12° colocação no ranking nacional. Já no levantamento feito no último domingo (14), o Estado aparecia na última colocação com 42,4%.
O levantamento divulgado nesta quinta-feira (18) ainda mostra Campo Grande na última colocação no índice entre as capitais, com 31,17%. Belém (PA) lidera o ranking com 49,33%, seguido por Aracaju (47,73%) e Fortaleza (44,68%).
Cenário
Com baixo isolamento social, Mato Grosso do Sul já registrou 198.795 casos de Covid-19, com 3.740 mortes devido a doença, o que chega a uma taxa de letalidade de 1,9%. Nas últimas 24 horas foram mais 31 óbitos no Estado, com um acréscimo de 1.254 novos casos confirmados de pessoas infectadas pelo vírus.
Outra preocupação é em relação a ocupação de leitos, já que são 956 pessoas internadas, sendo 523 em leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e 433 em leitos clínicos nos hospitais de Mato Grosso do Sul.
A macrorregião de Campo Grande tem o índice de 107% na ocupação de leitos de UTI/SUS (Sistema Único de Saúde), Dourados 98%, Três Lagoas (93%) e Corumbá (100%). A Coordenadoria Estadual de Regulação Assistencial da Secretaria Estadual de Saúde (SES) constatou que não há mais vagas de UTI Covid disponíveis em 14 municípios que possuem unidades hospitalares, dos 77 municípios regulados pelo Estado.
“Nós precisamos que a população nos ajude cumprindo as medidas de biossegurança e evitem aglomerações. A doença avança mais rápido do que conseguimos ampliar mais leitos. Precisamos que os municípios também cumpram as medidas adotadas pelo decreto e sigam as recomendações do Prosseguir”, afirmou o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende.
Está em vigor desde o último domingo (14) o novo toque de recolher definido pelo governador Reinaldo Azambuja, que segue até o dia 27 de março. Durante este período ele inicia às 20h e segue até às 5 da manhã. Neste horário só podem funcionar os serviços de saúde, transporte, alimentação por meio de delivery, farmácias e drogarias, funerárias, postos de gasolina e indústrias, assim como aqueles considerados essenciais.
Aos sábados e domingos, os serviços que não são classificados como de natureza essencial terão regime especial de funcionamento. Só poderão abrir e atender o público entre 5 e 16 horas. Os estabelecimentos devem funcionar no máximo com 50% de sua capacidade, seguindo ainda outras medidas de biossegurança, como distanciamento social, de um metro e meio entre as pessoas.
Leonardo Rocha, Subcom
Foto: Chico Ribeiro