O mais recente boletim epidemiológico da SES (Secretaria de Estado de Saúde) divulgado nesta quarta-feira (14/5), revela um cenário preocupante em Mato Grosso do Sul. Só nas primeiras 18 semanas de 2025, o estado já notificou 2.708 casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), dos quais 586 foram confirmados como influenza. Desses, 68 evoluíram para óbito.
A maior parte das confirmações está concentrada na capital, Campo Grande, com 259 casos hospitalizados por influenza, seguida por Corumbá, com 61, e Dourados, que registrou 40 internações. A presença dos vírus A (H1N1, H3N2 e não subtipado) e B foi verificada em diversas regiões, reforçando o alerta para a circulação simultânea dos diferentes tipos de influenza no estado.
Os dados demonstram que o H1N1 continua sendo o subtipo predominante, responsável por 348 casos e 36 mortes. Já a influenza B, menos frequente, foi associada a 12 internações e 2 óbitos.
O perfil das vítimas reforça um dado já conhecido pela medicina: a maioria das mortes ocorreu entre idosos e pessoas com comorbidades, como diabetes, doenças cardiovasculares crônicas, asma, obesidade e imunodeficiências. Um dos casos que mais chamou atenção foi o de um bebê de apenas 1 ano, que morreu em Campo Grande no dia 29 de abril, vítima da influenza A não subtipada.
A cidade de Dourados, segunda mais populosa do estado, contabiliza cinco óbitos até o momento. Entre as vítimas, estão uma mulher de 80 anos, outra de 60 e um homem de 77 anos — todos com histórico de doenças crônicas, como diabetes e problemas cardíacos.
No total, 24,8% dos casos foram identificados por unidades sentinelas, enquanto 75,2% corresponderam a hospitalizações por SRAG, o que acende um sinal de alerta para a gravidade das infecções por influenza neste ano.
Outro dado relevante do boletim é o avanço expressivo do rinovírus, principal agente detectado nas unidades sentinelas, responsável por 33,2% dos casos testados. Em seguida, aparecem o H1N1 (20,3%), o coronavírus SARS-CoV-2 (12,6%) e os enterovírus (12,3%).
A Secretaria de Saúde alerta para a importância da vacinação, especialmente entre os grupos de risco. A cobertura vacinal segue abaixo da meta ideal em várias regiões, o que compromete os esforços de contenção da doença.