Pesquisa desenvolvida pela enfermeira Antonia Gomes de Olinda, sob orientação da professora doutora Silvia Aparecida Osterreich, em nível de mestrado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal da Grande Dourados, está sendo desenvolvida com os colaboradores do Hospital Universitário da UFGD, para investigar o uso de álcool, tabaco e outras substâncias psicoativas entre os profissionais de saúde.
Intitulada “ASSIST (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test) e Intervenção Breve (IB) em um serviço de saúde de Dourados-MS”, a pesquisa tem como coorientadores os professores doutores Roseli Boerngen de Lacerda (UFPR) e Gustavo Roberto Villas Boas (UFOB), com colaboração do Prof. Dr. José Roberto Barcos Martinez, docente do curso de medicina da UFGD. Além da coleta e sistematização de dados, também será executada a intervenção breve, que tem o intuito de promover mudança de comportamento nos casos de uso ou dependência de tais substâncias.
“Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo com profissionais que atuam nas diversas áreas de saúde no Hospital Universitário. Será utilizado o instrumento ASSIST para coleta de dados e a promoção de mudança de comportamento através da IB. Desta forma, o estudo terá como objetivo avaliar o processo de implementação da detecção precoce do uso de álcool, tabaco e outras substâncias psicoativas na rotina dos profissionais de saúde do HU-UFGD utilizando o instrumento ASSIST e a promoção de mudança de comportamento através da IB”, explica Antonia.
Realidade
De acordo com a pesquisadora, o consumo de substâncias psicoativas é bastante frequente entre os profissionais de saúde, variando desde o uso ocasional até a dependência, e vem aumentando, tornando-se um problema de saúde pública.
“O fato de estarem sempre presenciando cenas como mortes e tragédias, acaba levando alguns à depressão. Já outros necessitam de drogas para se manterem ativos no turno da noite e pela facilidade de acesso a substâncias psicoativas”, afirma.
A pesquisa visa possibilitar a detecção precoce do uso de algum tipo de substância lícita ou ilícita e assim ter subsídios para que os colaboradores do HU-UFGD não cheguem a um grau alto de envolvimento ou dependência, melhorando tanto a vida pessoal, social e financeira do participante. Além disso, o estudo servirá de base para futuras pesquisas e intervenções na área de saúde do trabalhador, contribuindo com a missão da instituição como espaço para o ensino e a pesquisa.
Participação
A pesquisa encontra-se na fase de coleta de dados. Todos os colaboradores do HU-UFGD, independente do vínculo, já receberam pelo e-mail institucional um link de acesso ao formulário explicativo que contém os objetivos, os riscos e os benefícios da pesquisa. Caso concorde em participar do estudo, o colaborador assina o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e preenche o questionário sociodemográfico. É tudo online, por meio da plataforma Survey Monkey, sendo garantido o sigilo e o anonimato do participante.
Quem tem interesse em participar e ainda não preencheu o primeiro questionário, pode utilizar o link https://pt.surveymonkey.com/r/HC6JS52. Quem já respondeu, deve aguardar a segunda fase da pesquisa.
Segunda etapa
A próxima fase corresponde ao preenchimento do questionário ASSIST, instrumento que visa avaliar a relação entre o uso de substâncias lícitas e ilícitas através de escores. Ao final do preenchimento, o participante recebe uma pontuação que mostra o nível de envolvimento com a(s) substância(s), variando entre baixo, moderado ou alto.
Dependendo da pontuação no ASSIST, o participante será direcionado para a Intervenção Breve (IB). Durante a IB, receberá informações que o ajudarão a repensar se esse grau de envolvimento com as substâncias está ou não afetando sua vida, e o que poderá ser realizado pelo próprio participante para mudar de comportamento ou de atitude em relação a essa situação.
A IB será aplicada na plataforma Previne Drogas, em parceria com os coorientadores da pesquisa e demais membros da equipe. Pretende-se aplicar novamente o ASSIST após o período de intervenção para avaliar a eficácia da IB.