Os acusados do “tribunal do crime”, com o assassinato dos jovens José da Silva Câmara, 23, e Caio Henrique de Oliveira, 21, devem permanecer presos. Douglas Alves Cardoso, 23, Leonardo Silva Zengo, 20, Bruno da Silva Gentil, 23, Luiz Fernando Escobar Kunyoshi, 22, o “Japa”, e Larissa Michele Farias de Matos, 27 anos, devem continuar presos depois de passarem por audiência de custódia na tarde desta quinta-feira (29). O juiz plantonista Caio Marcio de Britto decretou a preventiva dos acusados.
Já Henrique José Jara do Carmo, 27, e a mulher dele, Laura Negrão de Assis, 24, que abrigavam os demais acusados, ganharam direito à liberdade provisória. Os dois tinham sido autuados em flagrante por posse do revólver calibre 357 encontrado na casa. A arma foi usada na dupla execução.
De acordo com a decisão do juiz, “existem dúvidas acerca da autoria deste delito em relação a estes dois envolvidos, ou seja, há informações de que a arma encontrada na residência fosse, na verdade, de propriedade de Luiz Fernando. Não há indício suficiente de autoria que possa autorizar a decretação de suas prisões preventivas. Resta-lhes a liberdade”, decidiu o magistrado. Entretanto, apenas Laura foi solta, já que havia outro mandado de prisão contra Henrique.
Os envolvidos nos assassinatos Douglas, Leonardo, Bruno da Silva Gentil, Luiz Kunyoshi e Larissa de Matos foram autuados em flagrante por ocultação de cadáver e indiciados pelo duplo homicídio. “Japa” também foi autuado por tráfico de drogas. No momento em que foi preso, ele tinha 8 gramas de cocaína no bolso.
“O tribunal do crime”
Os dois amigos, José da Silva Câmara, 23, e Caio Henrique de Oliveira, 21, foram sequestrados sexta-feira (23) no residencial Estrela Porã, na região oeste de Dourados, e os corpos encontrados quarta-feira à tarde em cova rasa na matinha ao lado da BR-463, na saída de Dourados para Ponta Porã.
Os dois rapazes passaram a noite de sexta para sábado como reféns na casa de “Japa”. Na manhã da véspera de Natal, foram levados até a mata e executados com a tiros. Os corpos foram enterrados juntos e cobertos com capim.
Segundo a polícia, os dois rapazes teriam sido julgados e condenados à morte pelo grupo que está preso, mas a decisão não teve o aval do comando da facção.
Existem suspeitas de que dois presos encontrados mortos entre quarta e ontem de manhã – um na PED e outro no presídio semiaberto – tenham sido assassinados por ligação com as execuções dos rapazes do Estrela Porã.