Atendimentos prestados nas duas áreas apresentam déficit orçamentário e prefeitura busca apoio dos governos estadual e federal
A Prefeitura de Dourados vai recorrer à obrigação tripartite (município, Estado e União) para tentar ampliar os recursos para os atendimentos em oncologia e cardiologia, que atualmente são feitos por meio de contrato via Hospital da Cassems e Hospital Evangélico, respectivamente.
Em reunião com representantes das instituições na manhã desta quarta-feira (5), o prefeito Marçal Filho, acompanhado pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde, discutiu a atual situação orçamentária dos serviços, que apresentam um déficit desde 2021. “A Prefeitura, com muita dificuldade, está fazendo a parte dela para atender a população, falta o Estado e a União fazerem o mesmo”, enfatizou o prefeito Marçal Filho.
Durante a reunião, a equipe técnica da Secretaria de Saúde destacou que os valores destinados para os serviços já não estão sendo suficientes, tendo em vista que Dourados é responsável por atender a população própria e é referenciada para atender 33 municípios da Região Cone Sul, cuja população é estimada em 867.915 habitantes. A Prefeitura de Dourados já enviou inclusive um ofício para o Ministério da Saúde, solicitando o aumento do Teto Financeiro de Média e Alta Complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) para o valor de R$ 11.876.032,28 por ano.
O prefeito Marçal Filho destacou que tem buscado juntamente ao Governo Federal e ao Governo Estadual mais recursos para o atendimento das especialidades em Dourados, com foco em manter o atendimento oferecido para a população com a qualidade necessária. “Nós assumimos a gestão com repasses que não estão sendo suficientes para cobrir esses serviços e, a busca é intermediar para conseguir mais recurso, pois atendemos nossa cidade e toda a região e as pessoas não podem esperar quando o assunto é saúde”, apontou o prefeito.
Somente em 2024, os valores destinados para os serviços de oncologia em Dourados atingiram R$ 9.402.158,02. No que tange ao valor destinado para serviços em cardiologia, o montante anual entre junho/ 2024 a maio de 2025 foi de 4.770.304,39, ou seja R$ 355.655,72 mês.
O secretário de Saúde, Márcio Figueiredo, destacou que a quantidade de serviços vem sendo superior ao teto orçamentário disponível e a intenção é definir tratativas para evitar um colapso na Saúde.
Os representantes do Hospital Mackenzie e do Hospital Cassems corroboram com o posicionamento da prefeitura e se colocaram à disposição para esclarecimentos e tratativas. Além do documento já enviado ao Ministério da Saúde, na próxima semana representantes da Sems se reunirão com o Governo do Estado para debater a situação.
Recentemente o prefeito Marçal Filho solicitou mais investimentos na saúde local, durante a inauguração do Hospital Regional em Dourados. Ele reforçou que a unidade será fundamental, no entanto frisou que o município “precisa de mais recursos para fazer frente ao atendimento de urgência e emergências para pacientes de 34 municípios da Região Cone Sul que procuram o Hospital da Vida”. A questão tem sido levada por ele de forma frequente à Brasília e também na busca de emendas federais para agregar aos serviços prestados aos munícipes.