Diretora da Funsaud afirmou que não é comum vereador pedir para descumprir protocolo
Os vereadores Lia Nogueira (PP) e Diogo Castilho (DEM) se utilizaram dos mandatos para pedir a abertura de ficha para atendimento de paciente no Hospital da Vida sem passar pela Central de Regulação, como determina o protocolo.
A confirmação é da diretora técnica da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde), Angela Marin. A fundação administra o Hospital da Vida e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
Ontem, o Dourados Informa publicou denúncia de leitor revelando que os dois vereadores usaram de influência política para internar e operar Patrícia Brandão, funcionária da Câmara de Dourados e lotada no gabinete de Lia Nogueira. O caso ocorreu na quarta-feira. Patrícia teve crise de apêndice e teve de ser operada. Ela já teve alta.
Leia na íntegra e entrevista com Angela Marin:
Dourados Informa - A direção da Funsaud confirma que paciente foi internada e operada sem passar pela Central de Regulação?
Angela - Sim. A paciente Patrícia Brandão foi internada e operada de forma emergencial sem passar pela Central de Regulação.
Dourados Informa – A direção da Funsaud confirma que esse procedimento ocorreu a pedido dos vereadores?
Angela – Sim. Os vereadores pediram que fosse aberta a ficha para o atendimento da paciente.
Dourados Informa – É comum a direção da Funsaud permitir esse tipo de procedimento contrariando o protocolo?
Angela – Não é comum, porque os vereadores, em geral, conhecem as regras de regulação. A Funsaud entende é solidária às pessoas e familiares que precisam de atendimento de emergência, pois se trata de um momento de muita tensão e ansiedade. Todos têm direito ao atendimento e justamente por isso foi criada uma Central de Regulação para normatizar os encaminhamentos, que são deliberados com base em avaliações técnicas feitas por médicos.
Dourados Informa – É comum vereador pedir atendimento diferenciado para seus correligionários/assessores/eleitores?
Angela – Não é comum. Nem só autoridades, mas pessoas comuns acabam pedindo agilidade ou atendimento diferenciado. A direção da Funsaud entende que nessas situações todos estão preocupados com amigos, parentes e conhecidos. E é justamente por isso que existe uma normatização, via Central, para regular o atendimento. Quando alguém é atendido sem regulação se corre o risco de passar na frente de um outro paciente que esteja, talvez, em situação mais grave. Por esse motivo são feitas avaliações técnicas, baseadas em análises médicas, que definem o encaminhamento e o atendimento.