Sejusp inicia Campanha Nacional para auxiliar na identificação de pessoas desaparecidas
Sejusp inicia campanha de coleta de DNA de familiares para localizar desaparecidos no MS. Imagem: (Edemir Rodrigues)
Apenas nos últimos cinco anos foram registradas no Mato Grosso do Sul 7.770 ocorrências de desaparecidos, 3.148 delas somente em Campo Grande e segundo informações Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apenas este ano já são mais de 409 registros de desaparecimentos e que a Campanha vem como uma resposta para as famílias que vivem esse drama.
A Campanha Nacional para Coleta de DNA de Familiares de Desparecidos, foi lançada nesta terça-feira (25), em todo o país pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), data em que é lembrada o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas.
Presente no lançamento da Campanha, a diretora do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), Josemirtes Prado da Silva explicou que a coleta que será feita de maneira massiva entre os dias 14 e 18 de junho próximo, será totalmente gratuita e voluntária. “O fornecimento de material genético não terá custos para as famílias e deve ser feito preferencialmente por parentes de primeiro grau dos desaparecidos, como pai, mãe, filhos e irmãos”, lembra.
Segundo o titular da Delegacia Especializada de Homicídios, delegado Carlos Delano, existem hoje em Mato Grosso do Sul em torno de 80 ossadas humanas sem identificação. “Se tivermos material genético das famílias dos desaparecidos em pouco tempo poderemos identificar a maioria dessas pessoas, dar andamento aos procedimentos policiais e esclarecer essas mortes”, enfatizou ele.
Todo o material recolhido durante a Campanha será utilizado com a finalidade exclusiva de identificação de pessoas desaparecidas, por intermédio do Banco Nacional de Perfis Genéticos, que é coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Contou também com as presenças do diretor do Departamento de Polícia Especializada da Delegacia-Geral da Polícia Civil, delegado Fabiano Nagata e chefe do Setor Técnico Científico de Perícia Científica da Polícia Federal, Everaldo Gomes Parangaba e Mariana Pereira Ribeiro, representante da Polícia Federal na Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Desaparecidos.
“A Polícia Federal vai atuar na coleta de materiais em casos que tenham envolvimento internacional, não apenas no Mato Grosso do Sul, mas em todos os estados. Existem os pontos focais da Interpol, que fazem a busca ativa de familiares de casos internacionais de desaparecidos, muitas vezes há investigações de pessoas que podem estar no exterior ou daqueles estrangeiros que podem ter parentes desaparecidos no Brasil, como é o caso de turistas e a gente vai atuar nesses casos”, explica Mariana Pereira Ribeiro.
Os peritos irão analisar o cruzamento de dados para saber a relação da amostra coletada com o banco de dados. Caso seja identificado um possível parentesco com os dados de alguma pessoa encontrada viva ou morta, os peritos informarão a Polícia Civil ou ao Instituto Médico Legal (IML).
No caso do resultado positivo para uma pessoa viva, a família será informada sobre a localização da pessoa. No caso de positivo para alguém falecido, o IML entrará em contato com os familiares para realizar os procedimentos legais.