No total, 17 pessoas foram assassinadas
O julgamento de dois réus acusados de terem participado das chacinas de Osasco e Barueri, na Grande São Paulo, tem início às 10h de amanhã (22). Dezessete pessoas foram assassinadas e sete ficaram feridas nas chacinas, ocorridas no dia 13 de agosto de 2015. Os assassinatos teriam ocorrido, segundo a acusação, para vingar as mortes de um policial militar e de um guarda civil metropolitano, que haviam sido assassinados dias antes.
Serão julgados o ex-policial militar Victor Cristilder e o guarda civil municipal Sérgio Manhanhã, que estão presos. Eles foram julgados e condenados no primeiro julgamento do caso, mas suas defesas recorreram e três desembargadores do Tribunal de Justiça decidiram, então, determinar um novo julgamento. Os acusados seguem presos.
A previsão do Tribunal de Justiça é de que o julgamento dure cerca de cinco dias. Ele será realizado no Fórum de Osasco e será fechado ao público. Do lado de fora, às 9h30 da manhã, as famílias das vítimas da chacina vão fazer uma vigília pedindo por justiça.
A acusação do Ministério Público diz que o ex-policial Cristilder, como é mais conhecido, teria combinado com o guarda municipal Sérgio Manhanhã sobre o início do horário da chacina por meio de mensagens no celular. Além disso, ele teria dirigido um dos carros utilizados no evento e efetuado disparos com armas de fogo contra as vítimas. Ele foi acusado por oito mortes e também por tentativa de homicídio. Em março de 2018, em um julgamento separado, o tribunal do júri condenou Cristilder a 119 anos, 4 meses e 4 dias em reclusão em regime inicialmente fechado.
Já Manhanhã foi julgado em setembro de 2017, junto com os ex-policiais militares Fabrício Emmanuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain. Nesse julgamento, Fabrício Emmanuel Eleutério foi condenado a pena de 255 anos, 7 meses e 10 dias de prisão. Thiago Barbosa Henklain recebeu sentença de 247 anos, 7 meses e 10 dias. Já o guarda-civil Sérgio Manhanhã foi condenado a 100 anos e 10 meses.
Eleutério e Henklain foram acusados de terem disparado contra as vítimas e respondiam por todas as mortes e tentativas de assassinato. Já o guarda-civil, segundo a acusação, teria atuado para desviar viaturas dos locais onde os crimes ocorreriam e foi denunciado por 11 mortes. Eles responderam por homicídio qualificado, por motivo torpe, com emprego de recurso que dificulta as perdas das vítimas e praticado por grupo de extermínio, além de responderem pelo crime de formação de quadrilha.
Cristilder foi expulso da Polícia Militar em julho de 2019, junto com Henklain e Eleutério. Segundo o Diário Oficial de São Paulo, publicado no dia 20 de julho de 2019, os três policias cometeram “atos atentatórios à instituição, ao estado, aos direitos humanos fundamentais e desonrosos, consubstanciando transgressão disciplinar de natureza grave”. A corporação não confirmou se a expulsão teve relação com a participação nas chacinas de Osasco e de Barueri.