O defensor público Helkis Clark Ghizzi, 57 anos, foi preso nesta terça-feira (14), em Campo Grande, em ação que apura crimes de associação criminosa e corrupção envolvendo advogados, servidores e a facção criminosa PCC.
Helkis havia sido afastado de suas funções durante a Operação Maître (Mestre), do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em 1º de março. A prisão preventiva foi determinada pela 2ª Vara Criminal da Capital, em processo sigiloso.
O defensor foi preso às 8h16, enquanto saia de casa dirigindo uma Toyota Hilux, na região central de Campo Grande. Ele estava acompanhado do advogado Flávio de Oliveira Moraes, e foi encaminhado para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) e depois para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exames de corpo de delito.
Em nota, a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul disse que “aguarda receber todas as informações a respeito da operação realizada nesta terça-feira”.
Segundo o Gaeco, o defensor é suspeito de ter utilizado senhas sigilosas para fazer pesquisas em nome de possíveis vítimas de atentado nos sistemas ligados à segurança pública e ao judiciário, entre eles um delegado da Polícia Civil.
Helkis Clark Ghizzi é pai de Bruno Ghizzi, preso desde o ano passado por integrar o mesmo grupo criminoso, considerado peça-chave das investigações sobre o núcleo conhecido como “Sintonia dos Gravatas” do PCC.
Além de Helkis e Bruno, o ex-assessor da Defensoria Pública Jesuel Marques Ramires também foi alvo da Operação Maître no começo deste mês.
A ação é a segunda fase da Operação Courrier, deflagrada em março de 2022, em que são apurados crimes de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e violação de sigilo funcional qualificada, atribuídos a um advogado apontado como “gravata” da facção criminosa PCC, que está preso preventivamente.
A Operação Courrier resultou na prisão de seis advogados, um policial penal, um servidor judiciário e um servidor da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul. Todos estes têm algum tipo de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção organizada que atua dentro e fora dos presídios brasileiros e também na linha de fronteira com o Paraguai.