O deputado estadual Jamilson Lopes Name (sem partido) virou réu em mais uma ação penal na Justiça. O juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande, aceitou a denúncia por estelionato mediante frustração de pagamento, falsidade ideológica e denunciação caluniosa referente aos supostos crimes cometidos entre os anos de 2011 e 2013.
Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual, o parlamentar emitiu cheque de R$ 200 mil para um amigo, Michail Youssef, no dia 21 de dezembro de 2011. Em seguida, ele teria alegado que não emitiu a folha e pediu a sustação do pagamento ao banco, sob alegação de roubo.
No dia 23 de dezembro daquele mesmo ano, Jamilson procurou o Garras (Delegacia Especializada na Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e registrou boletim de ocorrência contra o amigo. Em duas ocasiões, no dia 6 de junho de 2012 e 27 de maio de 2013, ele prestou depoimento na Dedfaz (Delegacia de Defraudações Fazendárias) repetiu a versão de que não emitiu o cheque e teria sido vítima de golpe.
“Micheil negou a prática de crime e mencionou que o denunciado havia emitido o cheque para pagamento de negociação com soja, preenchendo os campos do valor numérico e por extenso, além da assinatura, afirmando que o denunciado registrou a ocorrência para frustrar o pagamento devido”, contou a promotora Cristiane Amaral Cavalcante.
Para tirar a dúvida, a delegacia fez perícia e o laudo grafotécnico constatou que a assinatura, as datas e os valores do cheque são de Jamilson. A denúncia foi protocolada na Justiça no dia 24 de março deste ano. O juiz a aceitou dois dias depois. Jamilson terá 10 dias para apresentar a defesa prévia após a notificação.
Esta é mais uma denúncia na Justiça contra o deputado. A outra ação penal, por integrar organização criminosa armada, exploração do jogo do bicho e lavagem de dinheiro, foi aceita pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal.
No entanto, a denúncia pode ser suspensa pela Justiça graças ao apoio de 12 deputados estaduais, que votaram pela sustação da ação criminal contra Jamilson. No entanto, o magistrado não acatou, porque considerou a medida ineficaz, porque não teve o apoio da maioria absoluta dos integrantes do legislativo estadual.
O presidente da Assembleia, Paulo Corrêa (PSDB), recorreu contra a decisão do juiz e pediu para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul trancar a denúncia até o fim do mandato de deputado estadual. A decisão aguarda análise do presidente do TJMS, desembargador Carlos Eduardo Contar, e da desembargadora Elizabete Anache.
O Gaeco sustenta que Jamilson lavava o dinheiro do jogo para a organização criminosa chefiada pelo pai, Jamil Name, e pelo irmão, Jamil Name Filho, que estão presos no Presídio Federal de Mossoró. A defesa do deputado nega qualquer ligação com os negócios do pai e destacou que a Pantanal Cap recolhia os tributos e ainda contribuía com a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais).