Ex-policial militar que já atuou no Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), um advogado de Dourados teve a posse e o porte de arma suspensos pela Justiça após fazer ameaça e perseguir a ex-mulher, uma promotora de Justiça de 47 anos de idade.
A história foi revelada nesta sexta-feira (20) pelo site Campo Grande News. O jornal da Capital não revelou o nome do acusado, mas o Dourados Informa apurou se tratar de Marcelo Jacinto Alves, de 45 anos. A lei veta apenas a divulgação do nome da vítima de violência doméstica, para não permitir a exposição da pessoa, mas não impede a divulgação da identidade do acusado.
Depois de decretada medida protetiva de urgência em favor da vítima e a suspensão do direito de andar armado, a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Dourados também apreendeu, por ordem judicial, a arma do advogado, uma pistola Taurus calibre 380 com carregador desmuniciado. A apreensão ocorreu no dia 17 de agosto na casa do advogado, agora investigado por violência doméstica.
Conforme apurado pelo Campo Grande News, a ameaça mais grave contra a promotora aconteceu em maio deste ano. O casal viajava de carro quando passou a discutir e então, o ex-policial teria parado o carro na estrada, sacado a arma que estava porta-objetos da porta do veículo e teria passado a gritar que mataria a mulher. Tudo aconteceu na frente da filha do casal, de 7 anos.
A promotora decidiu pôr fim na relação a partir daquele momento, segundo depoimento dela à polícia. O advogado saiu de casa e desde então, o casal tem conflitos frequentes a respeito do divórcio e de acordo com depoimento da vítima à polícia, o ex-marido aparece sem avisar, sempre portando a arma de “forma ostensiva”.
A promotora de Justiça decidiu procurar ajuda depois que o ex não compareceu a uma audiência marcada para regulamentar a guarda da filha do casal, mas dois dias depois apareceu na casa dela e a abordou com a mão na arma de fogo que estava na cintura e apontando o celular com a câmera ligada para ela. A vítima diz que se sentiu intimidade e com medo de levar um tiro, acelerou o veículo que conduzia para fugir dali. Neste mesmo dia, em agosto deste ano, ela procurou ajuda policial.
O caso ainda é investigado pela DAM de Dourados. O advogado está proibido de se aproximar da vítima, dos familiares dela e de testemunhas que possam contribuir com as investigações.
O Dourados Informa procurou o advogado para saber se ele quer se manifestar sobre as acusações e sobre a decisão da Justiça de suspender seu porte e arma, mas Marcelo não se posicionou, limitando-se a dizer que o caso segue em segredo de justiça. O espaço segue à disposição.