Mandados são cumpridos em Campo Grande e Ribas do Rio Pardo
Nesta sexta-feira (3/10), a PF (Polícia Federal), Receita Federal e o MPF (Ministério Público Federal) deflagraram a operação "Ligação Familiar" que apura esquema de descaminho de eletrônicos de alto valor e lavagem de dinheiro em Campo Grande e Ribas do Rio Pardo.
As investigações identificaram pessoas jurídicas vinculadas entre si que promoviam a introdução irregular de mercadorias de procedência estrangeira no território nacional, sobretudo celulares, e a posterior ocultação e dissimulação da origem dos valores.
Pessoas jurídicas, vinculadas a um grupo de irmãos e a amigos próximos, foram constituídas com o propósito principal de conferir aparência de legalidade a atividades ilícitas, em especial à comercialização de mercadorias de procedência estrangeira introduzidas irregularmente no país.
Entre as principais características observadas nas empresas, destaca-se a emissão de notas fiscais inidôneas (conhecidas como “notas fiscais frias”), que teriam sido utilizadas com o objetivo de acobertar a comercialização e o transporte de mercadorias descaminhadas, seja por transportadoras, seja por meio dos Correios. No período de janeiro de 2020 a abril de 2025, essas empresas emitiram mais de R$ 18 milhões em notas fiscais de vendas e, de acordo com a análise bancária, realizaram movimentações financeiras que totalizam cerca de R$ 290 milhões
As informações fiscais dos sócios dessas empresas apontam indícios de movimentação financeira incompatível, ocultação de renda e patrimônio, enriquecimento ilícito, além de outros indícios de fraudes tributárias.
Foram mapeadas movimentações financeiras atípicas que totalizam cerca de R$ 290 milhões.
Estão sendo cumpridos dez mandados de busca e apreensão no estado, expedidos pela Justiça competente.
Participam da operação 29 policiais federais, 14 auditores-fiscais e 16 analistas-tributários da Receita Federal.