Em sessão ordinária realizada na manhã de hoje, o deputado estadual João Henrique Catan (PL), descarregou um revólver em um estande de tiros ao defender um projeto de sua autoria que estava em pauta. Segundo o parlamentar os tiros foram “de advertência no comunismo”, uma vez que no alvo acertado estava desenhado o símbolo comunista, representado pela foice e martelo.
O projeto de lei em questão é o de número 417/2021, que dispõe sobre o reconhecimento do risco da atividade de atirador desportivo em Mato Grosso do Sul. O autor do projeto, antes de fazer os disparos, defende dizendo que um povo armado jamais será escravizado e que o projeto é um tiro de advertência no comunismo e na mão leve que assaltou o país, então uma salva de tiro, em seguida faz os disparos.
Na sequencia dos disparos, o presidente da Assembleia, deputado Paulo Corrêa, repudiou a conduta do parlamentar. “Não pode fazer isso, houve um exagero”, disse.
Revoltado, o deputado Paulo Duarte (PSB), classificou a atitude do colega de parlamento como uma incitação à violência. “Esse parlamento é democrático, a gente vota sim e vota não, isso tem que ser respeitado”, disse Duarte. “O que vimos aqui é incitar a violência e isso desnecessariamente. Qual é a lógica de fazer isso? Meu repúdio a esse tipo de voto e ninguém vai me intimidar aqui”, acrescentou.
Também contrariando a atitude, o deputado petista Pedro Kemp exigiu que o parlamentar pedisse desculpas ao parlamento pelo “teatro” feito no momento da votação. “Não tenho menor interesse em facilitar o uso de armas e acho que o deputado João Henrique deveria pedir desculpas por ter feito da sessão da Assembleia um teatrinho para se aparecer”, afirmou.
Ao final da votação, o projeto foi aprovado por com 16 votos favoráveis e 3 contrários.