Escuridão da estrada entre Dourados e Itaporã foi mostrada pelo Dourados Informa em novembro; nada foi feito até agora
Pré-candidato do PSDB ao governo de Mato Grosso do Sul com o apoio do chefe e atual governador Reinaldo Azambuja, o atual secretário estadual de Infraestrutura nEduardo Riedel desembarca de novo em Dourados nesta sexta-feira (20).
Na Uems, ele participa do encontro de coordenadores da Universidade Estadual, entrega veículos oficiais adquiridos pelo Governo do Estado e pela bancada federal e assina novos convênios. É mais uma agenda criada pelo governo para colocar Riedel em evidência e tentar emplacar seu nome como viável para disputar a eleição.
O ato será apenas às 15h, mas já é possível adivinhar que Eduardo Riedel fará longo discurso falando das obras e demais projetos do governo executados em Dourados e na região, na tentativa de angariar apoio para a campanha eleitoral.
É certo também que o atual secretário de Governo vai ignorar os gargalos da atual gestão. Um deles chega a ser vergonhoso de tanta falta de competência para resolver problema simples: a iluminação dos 18 km da rodovia MS-156 entre Dourados e Itaporã.
No dia 8 de novembro do ano passado, data de outra agenda de Riedel em Dourados (naquele dia acompanhado de Reinaldo), o Dourados Informa revelou o risco que centenas de pessoas correm todas noites para circular pela rodovia totalmente às escuras mesmo depois de tanto dinheiro investido na duplicação.
A rodovia corta a Reserva Indígena de Dourados. É comum no local a circulação intensa de pessoas de carroça, de bicicleta, de moto e de carro.
Novela
A iluminação da MS-156 é novela tão longa que parece o folhetim “Malhação”, da TV Globo.
Em agosto de 2011, no primeiro ano do segundo mandato, o então governador André Puccinelli (MDB) anunciou que “com certeza” a rodovia seria iluminada. Naquela época, a estrada já estava no escuro total há seis meses.
Em agosto de 2019 a Secretaria Estadual de Infraestrutura formalizou contrato de R$ 339,9 mil com a A&A Construtora e Incorporadora, que assumiu a manutenção preventiva e corretiva nas instalações de iluminação pública da MS-156 pelo prazo de 12 meses.
Em abril do ano passado, o Governo de Mato Grosso do Sul abriu outra licitação através da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) para contratação de empresa para substituir as luminárias por iluminação de LED com fonte solar.
Em junho de 2021, a Agesul anunciou a GTX Construtora e Serviços como vencedora da licitação. A empresa propôs substituir o sistema por lâmpadas de led com fonte solar ao custo de R$ 618,9 mil no prazo de 90 dias após a ordem de serviço.
Nem as lâmpadas com fonte solar resolveram o problema. “Nunca teve iluminação decente. Mesmo quando essas lâmpadas foram colocadas, continuava tudo escuro”, reclamou morador, em outubro do ano passado. Naquele mês, a assessoria de imprensa da Agesul informou que o valor da licitação mais recente não tinha sido pago.
“Trimestralmente eram realizadas as manutenções da iluminação e o maior prejuízo e transtorno era decorrente dos furtos de fios. Para evitar tanto esse tipo de ação, como para garantir a sustentabilidade, a Agesul realizou a troca por iluminação por energia solar. Porém, a empresa licitada não atendeu o edital, no que se refere a questões técnicas, e por isso o valor do contrato (R$ 618 mil) não foi pago. Atualmente, uma nova aquisição de lâmpadas foi feita pela empresa licitada e o material está em análise no laboratório especializado”, informou a agência em nota ao Dourados Informa.
Hoje, 103 dias depois, a assessoria da Agesul mandou outra explicação:
"A Agesul informa que as luminárias mencionadas não atenderam às especificações do edital e, por este motivo, o contrato está em fase de rescisão para abertura de uma nova licitação".
A reportagem questionou se já existe data da nova licitação e a resposta foi que existem prazos legais a serem cumpridos durante a rescisão.
André Puccinelli, que duplicou a MS-156, mas não conseguiu resolver o problema da iluminação, é pré-candidato a governador pelo MDB. Se de fato for candidato e vencer a eleição, terá chance de reassumir o comando do Estado e concluir o projeto, quase uma década depois.
Leandro
Só o André para resolver isso!!