Diego Carcará se afastou do Legislativo por 30 dias para “tratar de assuntos de interesse particular”
O vereador de Fátima do Sul Diego Candido Batista (PSD), o “Diego Carcará”, preso desde domingo (23) por violência doméstica (Lei Maria da Penha), pediu afastamento de 30 dias do Legislativo.
O Dourados Informa apurou que o pedido foi protocolado na tarde desta terça-feira (25), endereçado ao presidente da Câmara, Ermeson Cleber Mendes (PDT).
No requerimento de afastamento por 30 dias, Diego alega que no período fora do Legislativo vai “tratar de assuntos de interesse particular”.
Nesse período, a vaga dele na Câmara será ocupada pela primeira suplente do PSD, a professora Maria Lucélia de Figueiredo Gomes, que obteve 254 votos nas eleições de 2020. Ela é ex-diretora da Escola Jonas Belarmino, no distrito de Culturama.
A Câmara está em recesso até o dia 31 deste mês. Cleber Mendes ainda vai analisar com a assessoria jurídica se o Regimento Interno da Casa determina convocação imediata da suplente.
Pouco antes do pedido de afastamento, a Mesa Diretora da Câmara divulgou nota repudiando todo e qualquer ato de violência física e moral contra mulheres e se solidarizando com todas as vítimas “dessa chaga social”.
Em relação à prisão de Diego Carcará, a Mesa Diretora informou ter solicitado cópia do procedimento policial e prometeu que a Corregedoria Parlamentar “vai apurar com rigor” eventuais falhas éticas do vereador.
Diego Carcará foi preso domingo à noite depois de agredir a enteada de 12 anos e a esposa, de 31, a chineladas. O exame de corpo de delito constatou que a mulher tinha sangramento no tímpano provocado pelos golpes com chinelo.
Ele teria passado o domingo bebendo na casa de familiares em Dourados. Após a família voltar para Fátima, Diego teria derrubado o filho do casal, de 1 ano. A enteada pegou o menino para que ele parasse de chorar e o vereador a teria agredido com o chinelo. Ao defender a filha, a mulher também foi espancada.
Ontem, o juiz da comarca decretou a prisão preventiva do vereador. O advogado dele, Antônio Carlos Jorge Leite, entrou então com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça, mas a liberdade foi negada pelo juiz plantonista Waldir Marques.
Em depoimento à polícia, a mulher disse que as agressões físicas e ameaças eram constantes e que Diego a impedia até de ter acesso a dinheiro, às contas bancárias e aos documentos pessoais e de veículos.
Corretor de imóveis e dono de uma imobiliária na cidade, Diego tem 33 anos de idade. Ele segue recolhido em uma cela da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Fátima do Sul, mas em breve deve ser transferido para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados).