O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acatou o pedido da procurador-geral da República, Augusto Aras, para incluir Jair Bolsonaro (PL) entre os investigados no inquérito para apurar os responsáveis pelos atos antidemocráticos. O vídeo do procurador do Estado, Felipe Gimenez, foi um dos motivos para justificar a investigação do ex-presidente.
O magistrado também mandou o Facebook preservar o vídeo de Gimenez para usá-lo como prova futura contra o ex-mandantário, que segue de férias em Orlando, nos Estados Unidos. No vídeo, o sul-mato-grossense diz que a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não representou a vontade do povo, mas do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral.
Bolsonaro compartilhou o vídeo, logo após os bolsonaristas invadirem e depredarem os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto. Apesar de ter apagado duas horas depois, as pregações de Gimenez voltaram a viralizar nas redes sociais e grupos de aplicativos.
“Se revelou como mais uma das ocasiões em que o então mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às Instituições, em especial o Supremo Tribunal Federal – imputando aos seus Ministros a fraude das eleições para favorecer eventual candidato – e o Tribunal Superior Eleitoral –, sustentando, sem quaisquer indícios, que o resultado das Eleições foi é fraudado”, pontuou Moraes.
“Observa-se, como consequência das condutas do ex-Presidente da República, o mesmo modus operandi de divulgação utilizado pela organização criminosa investigada em ambos os inquéritos anteriormente mencionadas, com intensas reações por meio das redes virtuais, pregando discursos de ódio e contrários às Instituições, ao Estado de Direito e à Democracia, circunstâncias que, em tese, podem ter contribuído, de maneira muito relevante, para a ocorrência dos atos criminosos e terroristas tais como aqueles ocorridos em 8/1/2023, em Brasília/DF”, destacou o ministro na decisão publicada na noite desta sexta-feira (13).
Felipe Gimenez é alvo de procedimento administrativo na Procuradoria-Geral do Estado, que até divulgou nota para deixar claro que não endossa a sua tese de fraude nas eleições.