Após reunião da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI), nesta sexta-feira (11), o Ministério da Saúde decidiu que não vai recomendar a quarta dose de vacina no Brasil. As informações foram antecipadas pela CNN ontem.
Segundo fontes da câmara técnica, o entendimento é de que não há pesquisas científicas com dados suficientes que embasam um novo reforço de imunização para pessoas que não sejam imunossuprimidas. O comitê também analisou o cenário epidemiológico atual do país antes de chegar a esta conclusão.
Ainda de acordo com técnicos que compõem o comitê técnico, neste momento não deve ser aplicada a quarta dose porque as pessoas que tomaram duas doses e o reforço, ou seja, estão com o esquema vacinal completo, continuam muito bem protegidas contra a Covid- 19 e o agravamento da doença.
A pasta definiu o posicionamento depois que o estado de São Paulo ampliou a vacinação ao público em geral com idade acima de 60 anos, com previsão para começar a aplicar a quarta dose a partir do dia 4 de abril.
Em entrevista à CNN, o coordenador-executivo do Comitê Científico do estado de São Paulo, João Gabbardo, analisou que há evidências e experiências de outros países que mostram um benefício da dose extra de vacina para os idosos.
Já a nota informativa com o posicionamento oposto por parte da CTAI ainda será publicada, com previsão de novos debates na semana que vem. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já havia comentado o assunto na mesma direção contrária à quarta dose.
“Essa ansiedade em querer aplicar essa quarta dose sem evidência científica também não ajuda o enfrentamento a pandemia. É fundamental avançar na dose de reforço. Tenho dito e reitero. O Comitê Técnico que apoia o Secovid [Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19] está analisando todas essas questões. Quando houver evidência científica suficiente, o grupo técnico vai orientar”, disse o ministro nesta quinta-feira (10).
Ao longo desta semana, a pasta recomendou dose de reforço contra a Covid-19 para adolescentes imunossuprimidos. Em nota técnica, a pasta orienta que o esquema primário de vacinação desse grupo deve ser feito com três doses — primeira, segunda e a dose adicional — com intervalo de oito semanas entre elas. Após a conclusão desse esquema, é recomendada ainda uma dose de reforço quatro meses após a terceira dose (ou dose adicional).