Número é 105% maior que a média histórica; diferença entre nascimentos e óbitos registra menor número da série histórica desde 2003
A pandemia da covid-19 vem causando profundo impacto nas estatísticas vitais da população sul-mato-grossense. Além das mais de 8.400 mil vítimas fatais atingidas pela doença no Estado, o novo coronavírus vem alterando a demografia de forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil do Mato Grosso do Sul, em 2003: nunca se morreu tanto e se teve um número tão baixo de nascimentos em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), abastecido em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País. O portal é administrado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
Os números são cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo IBGE, com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.
Em números absolutos os cartórios sul-mato-grossenses registraram 13.952 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 105% maior que a média histórica de óbitos em Mato Grosso do Sul e 70% maior que os ocorridos no ano passado.
Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 110%.
Com relação aos nascimentos, Mato Grosso do Sul registrou um dos menores número de nascidos vivos em um primeiro semestre desde o início da série histórica em 2003. Até o final do mês de junho foram registrados 22.343 nascimentos, queda de 7,6% em relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, mas maior que os 14.883 registros de nascidos vivos de 2020, o menor número semestral da história do Estado.
O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus e um dos baixos índices de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre no Mato Grosso do Sul, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos.
A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 14.897 mil nascimentos a mais, caiu para apenas 8.391 mil em 2021, redução de 43,7% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 40,2%, e em relação a 2019 foi de 48,1%.
Casamentos
Embora não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em Mato Grosso do Sul, o que deve fazer com que os nascimentos ainda demorem um pouco a serem retomados, já que no primeiro semestre de 2021 o Estado registrou o quinto menor número de casamentos desde o início da série histórica.
Embora 12,3% menor que a média histórica de casamentos no primeiro semestre no Brasil, o número de matrimônios em 2021 mostra uma pequena recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença.
Até junho deste ano os Cartórios celebraram 5.266 casamentos civis, número 5,2% maior que os 5.005 matrimônios realizados no ano passado, mas ainda 9,4% maior que os 4.812 casamentos celebrados em 2019.