Funcionária de vereadora fez comentário em conversa com ex-assessora, ameaçada de morte por Imaculada
“Assassino”, “bandido”. Esses eram os adjetivos usados por assessoras para se referir ao pai da vereadora Maria Imaculada Nogueira.
Candidato a vereador nas eleições do ano passado (recebeu apenas 174 votos), José Arimatéa Mendonça Nogueira, 67, o “Zé Baiano”, tem passado criminoso e cumpriu pena por tráfico de drogas entre o final da década de 90 e o início dos anos 2000.
Nos últimos meses, “Zé Baiano” foi “promovido” a uma espécie de guarda-costas da filha vereadora. Imaculada enfrenta atualmente processo de cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar, por ameaçar de morte uma das assessoras.
O Dourados Informa teve acesso às conversas de WhatsApp entre Renata Chaparro da Rocha, a “Renatinha”, e Patrícia Brandão. Renata era até a semana passada servidora temporária da Câmara de Dourados, mas teve o contrato encerrado pelo presidente do Legislativo, Laudir Munaretto (MDB).
Já Patrícia Brandão é a pessoa ameaçada de morte por Maria Imaculada. No dia 2 deste mês, Patrícia registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil afirmando que por várias vezes foi alvo das ameaças.
Com mania de perseguição e achando que a assessora pudesse trai-la, Imaculada chegou a afirmar que enfiaria uma pistola 9 milímetros na boca de Patrícia e descarregaria. A 9 milímetros é a arma preferida dos pistoleiros da fronteira com o Paraguai e do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção criminosa nascida dentro dos presídios brasileiros.
“Disse que agora vai [sic] vai andar eu, ela e o pai dela. Eu não vou mais nem f...”, disse Patrícia em diálogo com Renatinha, no dia 6 de julho deste ano.
“Assassino”, respondeu Renatinha. “Meu pai e minha mãe não criou eu [sic] para andar com bandido, não”, afirmou Patrícia.
“Sou pobre mas tenho princípios. Ela que ande com ele. Eu to fora, nunca fiz coisa errada”, completa a então assessora, que na época já tinha sendo ameaçada de morte pela vereadora.
Ditadora
A conversa entre Renatinha e Patrícia também expõe um pouco da rotina ditatorial e de medo à qual Maria Imaculada Nogueira submete seus funcionários.
“Cara não pode falar nada, não, mano, nem expressar a opinião, mete o loko [sic] na gente”, disse Renatinha. “Somos obrigados a concordar com tudo isso”, completou.
Foi Renata Chaparro da Rocha que teria repassado para Maria Imaculada Nogueira trecho de uma conversa com Patrícia Brandão, insinuando que a ex-assessora teria denunciado as ameaças de morte por ter se vendido para adversários da vereadora.
No fim de semana, Patrícia se manifestou em redes sociais sobre a acusação. “Aí está um pouco do que a própria servidora Renata falava da vereadora Lia Nogueira. Pergunta que não quer calar: por que será que ela falava mal da ‘patroa e depois de uma reunião na casa da mesma ela resolveu expor nossa conversa pela metade?”, questiona Patrícia.
Ela continua: “será que também foi ameaçada? Comprada? A pessoa aí com quem confabulava fala até que a vereadora é insuportável! Essa é a verdade que ninguém quer aceitar”.
Patrícia afirma também que vem sendo perseguida por assessores de Maria Imaculada. “Eu estou quieta, fiz um boletim contra a Maria Imaculada Nogueira, pois sei das ameaças que recebi, e os assessores dela estão me perseguindo todos os dias. Me deixem em paz, se eu resolver mostrar o que tenho, vão se arrepender de ter confiado voto nesta vereadora, assim como me arrependo”.