O vereador de Dourados Diogo Castilho (DEM), que foi preso em setembro do ano passado, passou uma semana na cadeia e afastado do mandato por três meses acusado de espancar e ameaçar a então noiva, virou alvo de outro pedido de cassação por quebra de decoro.
Às 10h45 de hoje (28) foi protocolada na Câmara, representação assinada pelo advogado Felipe Cazuo Azuma requerendo abertura de Comissão Processante contra o democrata. A denúncia não pede afastamento do mandato, mas requer instauração de processo de cassação.
Felipe Azuma é advogado da vítima, a cirurgiã-dentista de 27 anos de idade que na época morava com Diogo Castilho. Entretanto, o pedido de cassação protocolado hoje foi feito na condição dele de cidadão douradense. A mulher tem domicílio eleitoral de Itaporã e por lei não possui legitimidade para pedir a cassação de vereador de Dourados.
O pedido de cassação é baseado no boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), no dia 4 de setembro do ano passado. No final de 2021, a Justiça autorizou o compartilhamento de provas com a Câmara de Vereadores, situação que afastou o sigilo decretado inicialmente.
A então noiva de Diogo disse à polícia que foi jogada com violência sobre a cama por ter se negado a manter relações sexuais com ele. Além de apertá-la com força na cama, ele teria tentado asfixiá-la com o travesseiro.
A representação cita também a tentativa do vereador de impedir a mulher de contar as agressões aos policiais militares chamados pelos vizinhos por causa da briga do casal.
“Neste ponto se demonstra evidente, por parte de Diogo, a tentativa de manter-se impune, tanto das agressões físicas e verbais praticadas contra sua ex-namorada, ferindo a dignidade da mulher, quanto de sua postura incongruente com o cargo como vereador”, afirma a denúncia de Felipe Azuma.
Conforme o advogado, a representação tem o objetivo de fazer justiça, “não apenas em favor da vítima e de todas as mulheres que sofrem violência no âmbito doméstico, e consequentemente, são vítimas de feminicídio no estado do Mato Grosso do Sul1, mas também pretende mostrar para a sociedade douradense que a casa legislativa da cidade não corrobora com agressores de mulheres e autoridades do poder público que se veem como impunes às leis”.
A Mesa Diretora da Câmara ainda não se manifestou sobre a denúncia protocolada hoje. Diogo Castilho também não se posicionou sobre outro pedido de cassação de seu mandato.