Promotor deu prazo de dez dias para Funsaud se manifestar sobre suposto favorecimento à assessora de vereadora
O diretor-presidente da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) Jairo José de Lima tem dez dias para prestar informações ao Ministério Público sobre suposto favorecimento a uma assessora da vereadora Lia Nogueira (PP) no Hospital da Vida.
Servidora comissionada na Câmara de Dourados e lotada no gabinete de Lia, Patrícia Brandão foi atendida no dia 5 deste mês no Hospital da Vida sem passar Central de Regulação.
Denúncia publicada em primeira mão pelo Dourados Informa revelou que Patrícia passou por cirurgia por interferência política de Lia Nogueira e do vereador Diogo Castilho (DEM), que é médico.
O suposto tráfico de influência praticado por Diogo Castilho e Lia Nogueira foi denunciado à ouvidoria do Ministério Público no dia 10 deste mês.
Na sexta-feira (14), o promotor Ricardo Rottuno, da 16ª Promotoria de Justiça, solicitou ao diretor-presidente da Funsaud que, no prazo de até 10 dias úteis, se manifeste quanto ao teor da reclamação, encaminhando documentos hábeis a subsidiar as alegações.
No despacho, o promotor cita que a providência foi tomada antes de instaurar procedimento investigatório “e visando angariar elementos mínimos à formar a convicção acerca da necessidade, ou não, da adoção de tal medida”.
A denúncia feita há dez dias ao MPF revelou que o atendimento à paciente Patrícia Brandão ocorreu por suposto tráfico de influência/favorecimento/privilégio, sem seguir as recomendações e normas do Ministério da Saúde e burlando a fila da Central de Regulação.
“O atendimento foi direcionado pelos vereadores Lia Nogueira e Dr. Diogo Castilho, em detrimento e respeito à população que aguarda os trâmites legais mesmo sofrendo com problemas de saúde”, afirmou trecho da denúncia. “É de causar indignação furar fila e desrespeitar a fila para nós que esperamos o tão sonhado atendimento e amenização da dor que passamos”.
O caso
Diogo Castilho e Lia Nogueira usaram de influência política para internar Patrícia Brandão no Hospital da Vida sem passar Central de Regulação. O procedimento é considerado irregular, porque o protocolo determina que todas as internações passem pela central que regula as vagas nos hospitais públicos.
A Funsaud, que administra o Hospital da Vida e a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), confirmou a entrada ilegal da paciente.
“A Funsaud afirma que a paciente estava acompanhada dos vereadores Lia Nogueira e Diogo Castilho e foi atendida pela médica plantonista. O procedimento correto seria a paciente dar entrada pela UPA, onde o médico faz a avaliação e depois o encaminhamento conforme a gravidade do caso”, afirmou A Funsaud.
A diretora técnica da Funsaud Angela Marin também confirmou que o atendimento sem passar pela Regulação ocorreu por interferência dos dois vereadores.
Procurado para falar do caso, Diogo Castilho disse que foi chamado para ver a paciente por volta de 19h do dia 5 quando ela já estava no Hospital da Vida. “Ela foi atendida pelo plantonista, conversei com o cirurgião e ele operou a paciente”, afirmou.
Ele afirmou que Lia Nogueira teria lhe dito que havia feito contato com a diretora técnica da Funsaud, Angela Marin. “Parece que a Angela tinha autorizado”, disse ele.
Em nota, Lia afirmou que Patrícia Brandão passou mal e corria risco de morte se não recebesse atendimento urgente. “A servidora teve crises e quase desmaiou. Diante do quadro, foi avaliada pelo vereador e médico Diogo Castilho e imediatamente levada a uma unidade de saúde”.
Segundo Lia Nogueira, como o caso era grave e com risco iminente de morte, já que a servidora apresentava quadro de possível rompimento do apêndice, Diogo Castilho decidiu encaminhar a servidora com urgência ao Hospital da Vida.
Em discurso durante sessão da Câmara, no dia 10, Lia Nogueira falou sobre o caso e disse que se tiver de perder o mandato por salvar uma vida terá certeza do dever cumprido. Ela voltou a afirmar que a assessora, a quem chamou de “parceira de muitos anos”, está viva por causa da intervenção de Diogo Castilho.
jose alfredo
acho que tem que ser investigado sim , mas se nao fosse feito o procedimento ela poderia morrer , isso é fato. Porque essa mesma imprenssa que noticiam nao vao atras daqueles casos de pacientes que morreram por falta de atendimento hein !!!! ou acham que isso não acontece na nossa saude, reflitam um pouco , sejam menos politizados em respeito a população.
Celia Ferreira de Almeida
engraçado se for um cidadão comum ninguem ve eles fazendo isso.....